A Justiça negou nesta sexta-feira (21) o pedido de prisão temporária do empresário Wagner Costa, de 43 anos, suspeito de matar a tiros uma travesti e o companheiro dela, na noite de sábado (15), em Jaboticabal, a cerca de 60 quilômetros de Ribeirão Preto.
Segundo a Polícia Civil, que havia feito o pedido à Justiça, Wagner teria efetuado os disparos durante uma discussão após um desacordo no pagamento de um programa sexual com a trans Bárbara Rafaela, de 23 anos.
Na decisão preferida pelo juiz Ayanny Justino Costa, ele afirma não haver os requisitos necessários para a decretação da prisão temporária de Wagner. Segundo o magistrado, o empresário se apresentou voluntariamente à delegacia. Costa, no entanto, autorizou a quebra do sigilo telefônico como parte da apuração da autoria do crime de duplo homicídio.
“Sabe-se que a segregação cautelar é medida excepcional, devendo, portanto, estar presentes os requisitos autorizadores de sua concessão. No caso em tela, existem, sem sombra de dúvida, fortes indícios de autoria e materialidade do delito de homicídio, não se evidenciando, contudo, outros elementos que fundamentem a necessidade de encarceramento do investigado. […] Importa ressaltar que o representado compareceu espontaneamente à delegacia de polícia e prestou declarações.”
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O que diz a defesa
Wagner que é natural de Aparecida de Goiânia (GO), se apresentou à Polícia Civil goiana e alegou que agiu em legítima de defesa. Ele estava viajando a trabalho no interior de São Paulo. Em entrevista ao G1, o advogado dele Jonatas Moraes disse que está de acordo com a decisão da Justiça, porque “vai reforçar toda a tese da defesa”.
Segundo Moraes, o empresário foi alvo de uma tentativa de golpe por meio do Pix e atirou para se defender depois de ser “extremamente agredido” pelo casal. Sobre o suposto desacordo no pagamento do programa, o advogado disse que não é “crível” ou “creditável” a informação de que o cliente teria atirado por causa disso.
O crime
De acordo com o boletim de ocorrência, Barbará fazia programas sexuais com consentimento de Willian em um cortiço onde viviam. O cliente teria efetuado disparos depois de uma discussão por causa do valor cobrado, informou uma testemunha.
A travesti de 23 anos, e o companheiro dela, José Willian da Silva Jesuino, 29, morreram na hora. A mãe da jovem de 42 anos levou um tiro de raspão. O empresário suspeito do crime fugiu do local em um Ford/KA. A irmã da vítima, no entanto, conseguiu anotar a placa do veículo.
A perícia técnica apreendeu no local do crime um carregador de pistola 9 mm com 12 munições e 11 cápsulas deflagradas, drogas, além de celulares das vitimas.O caso foi registrado como duplo homicídio e lesão corporal no 1° Distrito Policial da cidade.
Os corpos do casal foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Araraquara (SP) para exame necroscópico. Bárbara foi sepultada em Taquaritinga (SP) e José William, em Promissão (SP), na região de Bauru (SP). (Com EPTV)