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CotidianoLições estratégicas para uma boa carteira de investimentos

Lições estratégicas para uma boa carteira de investimentos

Começamos falando sobre como pensar em estratégias que funcionem a longo prazo, apesar de estarmos num cenário delicado

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Eliseu Hernandez D
Eliseu Hernandez D’Oliveira, assessor de investimento da Blue3 (Foto: Weber Sian / ACidade ON

 
Essa semana tive a enorme satisfação de participar pela primeira vez como convidado do evento Expert XP representando a Blue3. Para quem não conhece, é o maior evento sobre finanças, economia, política e empreendedorismo do mundo. Conversei com Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP Investimentos. 

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Na apresentação “Como pensar em estratégias a longo prazo, analisando o cenário econômico atual”, o foco não foi apenas a renda fixa, mas todos os tipos de investimentos, tendo a alocação e a diversificação como pontos principais na montagem de uma carteira de investimentos.  

Começamos falando sobre como pensar em estratégias que funcionem a longo prazo, apesar de estarmos num cenário delicado, pode ser a saída para proteger os investimentos realizados.  

O primeiro passo é adotar a diversificação, algo importante para ter crescimento em médio e longo prazos. Fernando explicou que essa ação melhora o retorno e diminui o risco, especialmente quando são ativos independentes. Um exemplo são as criptomoedas, que estão pouco correlacionadas com a bolsa e renda fixa, diminuindo o risco da carteira. Além da importância da diversificação regional. Investir em ativos de vários lugares do mundo.  

Concordamos que a alocação estrutural precisa ser pautada nos pilares da descorrelação e diversificação. Para tanto, ter ativos em dólar (e outras moedas) é uma alocação estrutural, mesmo que a proporção na carteira desses ativos possa mudar ao longo do tempo. 

A renda fixa, por sua vez, está voltando a atrair os investidores, no entanto optar por outro caminho e adotar o chamado pensamento de segunda ordem (quais serão as potenciais melhorias que poderão acontecer e como será precificada) pode ser interessante. Sempre existem ativos que seguram a rentabilidade da carteira, compensando os investimentos que não estão em alta em determinado momento.  

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Ainda sobre a diversificação diante do contexto em que vivemos (PIB, eleição, inflação e outros), Fernando frisou que a conjuntura é relevante na alocação tática, que deve respeitar o limiar de risco, volatilidade e perfil de cada investidor. “Tem que ter cuidado, tirar a emoção dos investimentos e ser racional. Uma regra interessante é ter percentuais ideais para cada tipo de ativo de acordo com o seu perfil e contar com a ajuda de um assessor de investimento”, orientou.  

Em relação ao tempo de alocação, que também varia de acordo com o objetivo do investidor, a dica é acompanhar o comportamento do ativo de forma espaçada. Não apenas comprar e esquecer e sim olhar diariamente. O ideal é ter uma estratégia e segui-la, fazendo pequenos ajustes táticos. 

Vale lembrar que não existe mais um investimento que tenha retorno alto, liquidez rápida e segurança. Chamamos isso de tríade impossível do mercado financeiro. E isso é bom. Pois só existia na época em que o CDI estava acima de dois dígitos. No entanto, isso significa que o país deu errado e vai precisar corrigir a rota.  

Outro fator que impacta na alocação dos ativos é a inflação. Ferreira lembrou que muitas pessoas tentam se proteger com títulos indexados à inflação como Tesouro IPCA (NTN-B), debêntures, CRAs, etc. Porém, existem outros ativos que também protegem da inflação sem ter IPCA ou IGP-M no nome.  

Esses títulos são os fundos imobiliários que são reajustados automaticamente pela inflação pois possuem o reajuste nos contratos de aluguéis, o que faz dessa classe interessante. Ações de empresas que conseguem repassar o aumento de preço aos seus produtos. Além dos ativos dolarizados que são excelentes hedges (uma estratégia de proteção) de carteira contra um cenário inflacionário no Brasil. 

O único ponto desfavorável à diversificação seria o custo. Pode ficar pesado dependendo da quantidade de ativos e de movimentações dentro do portfólio. Logo, uma forma de reduzir esse impacto é investir através de ETFs (fundos de investimento que captam recursos para aplicar em carteiras que seguem índices como referência, como, por exemplo, o Ibovespa, o S&P 500 e outros).  

Analisamos essa tendência de ETF no Brasil. Para nós, trata-se de uma tendência global em que o Brasil está atrasado, mas houve um aumento na listagem de novos ETFs nos últimos meses. “É uma forma simples e barata de entrar e sair de um setor. Há ETF em vários setores na Nasdaq, em criptomoedas, etc”, finalizou Ferreira.

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