Motorista que atropelou Tony Leme voltava de área de lazer, diz Polícia

O motorista acusado de atropelar e matar o empresário Antônio Carlos da Silva Leme, o Tony Leme, no último domingo (25), em Ribeirão Preto, disse em depoimento à Polícia Civil que voltava de uma área de lazer, quando houve o acidente. O filho do empresário, de 22 anos, também foi ferido, sofreu uma fratura na perna, mas já recebeu alta médica.

Segundo o delegado Ricardo Turra, responsável pelo caso, o motorista contou que havia alugado o espaço para comemorar o aniversário da filha. Ele dirigia uma Sportage e estava indo embora, pela avenida Ivo Pareschi, sentido bairro-Centro, quando atropelou as vítimas. O homem afirmou que só se deu conta do atropelamento em casa e que não estava com a capacidade psicomotora alterada. 

“O autor alega que no domingo, ele alugou uma área de lazer ali no bairro. O horário ia até às 20h, só que ele saiu um pouco antes. Era aniversário da filha dele. Ele saiu porque precisava trabalhar. E descendo a avenida, ele sentiu em dado momento que o carro balançou, segundo ele, ele achou que fosse um desnível da via e foi embora. Chegando na casa dele, foi quando ele viu que o capô do carro estava amassado e que ‘tava’ faltando pedaço da lanterna, aí nesse momento que ele pensou que pudesse ter pego alguém, atropelado alguém”, disse Turra.

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O motorista, de 45 anos, responderá à princípio em liberdade, pelos crimes de homicídio culposo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, fuga de local de acidente e omissão de socorro. O delegado afirma que ele está colaborando com as investigações, e que a prisão preventiva está descartada por hora, também em razão da Lei Eleitoral, que não admite esse tipo de prisão às vésperas da eleição. “O acusado não tem antecedentes criminais, trabalha em dois locais (como técnico em refrigeração e garçom] e foi bem taxativo de que não conhecia a vítima. Vamos ouvir família, testemunhas, e solicitar laudo pericial para o local dos fatos”, conclui. 

Outro lado 

O advogado Adhemar Padrão, que representa a família de Tony Leme, disse em entrevista à rádio CBN Ribeirão nesta quarta-feira (28), que aguarda o trabalho da perícia técnica, que deverá apurar as circunstâncias do atropelamento que vitimou o empresário. 

“O motorista declarou que não estava com a capacidade psicomotora alterada, então se deduz que realmente foi um acidente de trânsito, pelo menos, neste primeiro momento. A investigação vai levar inclusive, com a perícia, à situação real do que aconteceu ou próximo da real e vai ser tramitado o processo, de acordo com o fato propriamente dito”, disse. 

O advogado enfatiza, no entanto, que o caso em questão se torna ainda mais grave pelo fato de o motorista não ter parado e socorrido às vítimas. “Como ele se declarou consciente, mas não prestou socorro, ele [o condutor do veículo] tem agravantes que vão implicar em aumento de pena, sendo condenado”, explica Adhemar Padrão. 

O caso

Tony e o filho estavam em frente à residência da família na avenida Ivo Pareschi quando foram atingidos pelo carro em alta velocidade, segundo o boletim de ocorrência (BO). O atropelamento foi registrado por uma câmera de segurança – veja o vídeo abaixo. 

O corpo do empresário de 58 anos foi sepultado na manhã desta terça-feira (27), no Cemitério Bom Pastor, na zona Leste da cidade. O filho dele se recupera em casa, mas ainda está em observação médica e deve ser submetido a cirurgia.