A Justiça decidiu soltar a brasileira Aline Fernanda de Siqueira Maschietto, presa na Espanha, após ser acusada de envolvimento em uma tentativa de homicídio em Ribeirão Preto. Aline estava detida na Espanha desde dezembro do ano passado e foi extraditada para o Brasil no último mês de julho.
No país europeu, ela se envolveu em um escândalo, no qual acusou o filho do presidente do Tribunal Constitucional – equivalente ao STF no Brasil – por suposto abuso sexual. Já em Ribeirão Preto, a mulher foi acusada pela tentativa de homicídio de um estudante de medicina, em março de 2022.
A decisão pela soltura de Aline aconteceu na tarde desta terça-feira (8) durante uma audiência virtual, em que também foram ouvidas testemunhas do caso e a vítima da suposta tentativa de homicídio.
O pedido pela liberdade provisória de Aline foi realizado pela defesa da acusada, que está presa em São Paulo. Segundo a decisão, a medida teve concordância da acusação feita pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo).
Contudo, Aline deverá cumprir medidas cautelares, como comparecimento bimestral em Juízo e entrega de documentos. Além disso, o passaporte da acusada deverá continuar apreendido pela Polícia Federal. Já o processo segue para fase de alegações finais.
O caso
Em março de 2022, Aline teria se envolvido em uma briga com um estudante de medicina no quarto de um hotel na zona Leste de Ribeirão Preto. Na ocasião, testemunhas disseram que encontraram a vítima tentando conter a mulher.
No quarto do hotel, foram encontradas duas facas ensanguentadas jogadas no chão. O Samu precisou ser chamado para socorrer o estudante de medicina, que foi encaminhado para um hospital particular da cidade. Na ocasião, Aline disse que teria tentado se defender do rapaz.
O caso tramita na 1ª Vara do Júri de Ribeirão Preto, que apontou que Aline responde pelo crime de tentativa de homicídio por motivo torpe e que teria utilizado recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Em novembro de 2022, a Justiça de Ribeirão Preto expediu um mandado de prisão preventiva contra Aline. A juíza Marta Rodrigues Maffeis entendeu que “apenas a restrição da liberdade da ré é capaz de trazer garantia à ordem pública”.
Outro lado
Em nota, a defesa de Aline Maschietto afirma que ela é inocente do crime de tentativa de homicídio. “Aline se defendeu, do contrário, hoje estaríamos falando de mais um feminicídio”, afirma.
“Se as mulheres tivessem meios, coragem e tempo de se defender, como Aline fez, não teríamos números tão gritantes de mulheres mortas por seus namorados, maridos e ex companheiros”, completa.
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