AH, A LÍNGUA DO POVO!
É muito comum, candidatos aos vestibulares terem dúvidas sobre se podem escrever, na prova de redação, expressões de outras línguas. Palavras como bullying, covid, lockdown, sempre trazem insegurança. Isso porque não fazem parte do nosso vocabulário.
Não faziam! A partir de agora, já estão registradas no VOLP, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, bullying, covid, lockdown, compliance, crossfit e dezenas e dezenas de palavras estrangeiras.
Além dessas, houve o acréscimo de muitas outras. Aliás, para ser preciso, acrescentaram, com um intervalo de 13 anos, mil palavras novas ao VOLP. Entre elas, veja se você conhece algumas destas: gerontofobia, sororidade, biopsiar, mocumentário, docussérie, e por aí vai.
O que acho estranho é que o VOLP não registra ainda glossofobia e catagelofobia. Pronto, arrumei mais confusão para vocês procurarem, leitores!
Agora, sinceridade? Tudo bem o empenho da Academia Brasileira de Letras de registrar palavras que entram no uso técnico, científico. No entanto, como diria Manuel Bandeira, “a vida de uma língua não chega pelos jornais, nem pelos livros. Vem da boca do povo, na língua errada do povo, língua certa do povo. Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil. Ao passo que nós, o que fazemos é macaquear a sintaxe lusíada.”
Em outras palavras, é o povo que faz a língua, que, depois, muito tempo depois, como agora, 13 anos depois, é que o VOLP registra o que o povo já registrou faz tempo.
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Puntel, indo procurar o que é gerontofobia. Ele acha que é alguma coisa de véio!