Eu já havia dito aqui, em outros textos, que estamos enfrentando a maior crise da humanidade moderna. Uma crise mundial sem precedentes, onde muitos países assimilaram e acreditaram na ciência, mantendo-se sobreviventes nesse cenário de caos profundo. Já utilizei aqui também o exemplo de Israel, que com lockdown e vacinação, reduziu a taxa de mortalidade da COVID-19 em 98%.
Agora é a vez da Inglaterra. É a primeira vez, depois de seis meses, que a cidade de Londres não registra mortes pela doença. No Reino Unido, mais de 60% dos adultos já receberam a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus, além de viverem em lockdown para diminuir a incidência de casos.
Em algumas falas do diretor de saúde de Israel, Gabriel Barbash, ele afirma não ter dúvidas da eficiência do lockdown, mesmo sabendo que o custo social e econômico é altíssimo. Ele também observa a rápida recuperação econômica do país, que agora traz para os investidores a tão sonhada sensação de segurança e normalidade.
O mesmo é observado no Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos que, apesar de ainda possuir uma das maiores taxa de incidência da doença, vem apresentando queda absurda na mortalidade, enfim alcançada devido às políticas de não-negacionismo e combate à doença, atualmente exercidas pelo novo presidente, sobretudo a vacinação.
Aqui, perdemos o bonde da vacinação. Negamos a eficácia dela…
Por isso, eis aqui a primeira afirmação que faço a vocês: separar economia de saúde é balela, e ir em rede nacional dizer que “se ficar em casa morre de COVID-19 e de fome” também é balela política, e das grandes. Para não dizer irresponsabilidade e assassinato. Isso mesmo, assassinato, pois quanto mais pessoas doentes, hospitais colapsados e mortes diárias reportadas para mais de milhares estiverem acontecendo, você acredita mesmo que teremos espaço para recuperação econômica? Doente trabalha? Doente consome?
Para recuperação econômica não. Para o lucro! Sim! Isso mesmo que você leu. Para banqueiros e grandes investidores, tem tutu no bolso. Para esses, o lucro da pandemia tem sido astronômico. O lucro dos principais bancos em solo brasileiro em 2020 foi de cerca de 52 bilhões de reais. E olha que tem até ministro aí no meio, ó!! Julguem-me!
Por que não se pratica a taxação de lucro corrente líquido, grandes fortunas e etc, para se implementar um plano de recuperação fiscal e de renda das empresas que sofrem no país? Começando com as pequenas e médias empresas que, segundo o SEBRAE, são responsáveis pela maior empregabilidade no país? Não, preferimos o mimimi da negação e o pobre trabalhando doente nas ruas. Outra ação importantíssima possível com a taxação é o auxílio emergencial, que de emergencial não tem nada, já que nem saiu o pagamento, e sabe-se lá quando será pago. Julguem-me!
No começo da pandemia, em 2020, o Brasil foi surpreendido com o número de mais de 70 milhões de pessoas no anonimato e que precisavam de auxílio. Nessa semana Paulo Guedes se surpreendeu com esse número de novo? Você não acha estranho?
Então vamos a uma historinha oportuna. De um anônimo que nasceu pobre há mais de 2000 anos na Galileia, Jesus de Nazaré que veio ao mundo para curar os leprosos (os sem CPFs da época), os cegos (aqueles que não enxergavam as políticas traquinas cometidas por Roma), os que passavam fome (dando-lhes o que comer), as prostitutas (que eram apedrejadas publicamente e, no particular, serviam os “cidadãos de bem” que incentivavam o mesmo apedrejamento, quando eram descobertos, baita coincidência), os oprimidos, LGBTs (e naquela época nem existia o “kit gay”, “mamadeira de piroca”, e por aí vai). E tem mais, não existe relato de que Jesus tenha subido na goiabeira. Julguem-me!
O jovem galileu, certa vez, entrou no templo e acabou com o comércio que era realizado em nome de Deus, outra coincidência, né, já que as dívidas das igrejas estão perdoadas, em meio ao caos, bem antes do auxílio emergencial sair do papel.
Jesus também acusou Roma de escravidão e de massacre do povo da Galileia. Bom, a Galileia era um território do Império Romano, com mais de 50 milhões de habitantes, que compreendia todo o mediterrâneo e partes da Europa, África e Ásia. A cura dos doentes, o saciar da fome e a luta pelos excluídos, feitas por Jesus, caminhavam através de informações e de fatos levantados por muitos de seus discípulos. A notícia corria solta e cada vez mais os excluídos, moribundos, putas, cegos, leprosos, mancos entendiam de seus direitos.
A região da Galileia era rica, terra de agricultura e pastoreio. Imagina só tirar de “César o que era de César”? Um caipira chamado Jesus fazendo revolução? Jesus revolucionário, com as suas pregações, gerou uma popularidade imensa. Se fosse hoje deveria ter ali uns 3 milhões de seguidores no Instagram da Galileia. Isso gerou incomodo e um ciúmes lascado. Por isso, o sumo sacerdote, na época, trouxe a corrupção para Judas Iscariotes, um dos discípulos de Jesus, na forma de 30 moedas de prata (rachadinha?). Na lei judaica, bastava duas testemunhas para levar uma pessoa a julgamento pelo Caifás, o juiz da época.
Daí rolou fakenews por Judas, que levou Cristo a ser inquirido por Pilatos, que por jogada política, ficou omisso “lavando as mãos” e deixando assim ao cargo dos algozes de Jesus a missão de matá-lo, justamente o interesse dos poderosos da época. O final da narrativa, bem construída por notícias mentirosas e repressão, você já conhece. A assembleia (o povo representado) julgou Jesus e o condenou a morte, deixando livre um ladrão já condenado, Barrabás. A omissão soltou o ladrão.
Semelhança é mera coincidência? Em vez de se trabalhar no que de fato “César” tem que fazer, como propostas de recuperação fiscal, de empresas, de emprego e mitigação da fome, da cura dos leprosos, se faz o contrário. “Lava-se as mãos” e coloca a culpa em terceiros, como no próprio vírus, na ciência e na imprensa, por exemplo. Como se a morte de 4000 pessoas por dia fosse fácil de esconder…. Julguem-me!
Como se não bastasse a falta de oxigênio e de insumos para intubação (de conhecimento prévio de “Roma”, diga-se de passagem), inventa-se uma bala mágica, como o tratamento precoce com cloroquina, ivermectina e azitromicina. Tá aí as 30 moedas de prata que o governo te entrega para condenar aqueles profissionais da saúde que, com a razão da ciência e juízo de consciência, não pratica o ineficaz tratamento, que por sinal, tem trazido efeitos colaterais gigantescos, como cirrose hepática e até necessidade de transplante. #30trintamoedasdeprata para você transmitir pelo seu zapzap a fakenews da promessa de tratamento mentiroso. Mas, informação nunca é demais, na semana passada a OMS trouxe uma reunião de diversos estudos mostrando que esses medicamentos não funcionam e ainda, piora o quadro de COVID-19.
A omissão, o “lavar as mãos” do governo central deixa a bomba estourar nos munícipios e faz você acreditar que de fato a culpa é tão somente do seu prefeito ou do cientista, do médico comunista, esquerdista, contra a pátria (depois pegarei mais adjetivos nos comentários). Talvez você já saiba, mas é sempre bom lembrar, que é no munícipio, meu amigo, que as mortes estouram. A falta de oxigênio e insumos também. É na mão do médico que a vida vai embora. A vida de desconhecidos e de muitos conhecidos também. Você acha mesmo que a moral da história é deixar morrer pessoas conhecidas para derrubar um presidente incompetente? Julguem-me!
Hoje é Páscoa. Se comemora a ressureição de Jesus! É tempo de você acreditar que, sem uma coordenação central de ações, não venceremos a pandemia. É tempo de reflexão. “Ressuscite-se!”. Pode começar parte que lhe cabe ao usar máscara, praticar o isolamento físico e não propagar notícias mentirosas. Respeite a doença. Pare de ajudar o massacre de “César”. Porque senão hoje, dia de Páscoa, estamos todos ressuscitando o espertalhão da fakenews, que está preocupado somente na sua sobrevivência política, enquanto o Brasil vai sendo empurrado para o abismo. E não poderemos ter volta. Abril será o mês mais sangrento de toda a história da pandemia no país…
Em memória e respeito às mais de 325 mil vidas assassinadas por COVID-19 no Brasil.