Notícia atualizada às 16h35 de 16 de março de 2022.
Um faxineiro alega ter sido alvo de intolerância religiosa em uma universidade de Ribeirão Preto. Segundo boletim de ocorrência (BO), João Vitor Paixão é umbandista e trabalha em uma empresa terceirizada que presta serviços à instituição, localizada na zona Leste.
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O registro aponta que, ao entrar em um banheiro masculino na última segunda-feira (14), o faxineiro de 23 anos visualizou mensagens de ódio como “vai morrer” e “macumbeiro lixo”. O jovem garante que as frases foram endereçadas a ele.
“A gente não sabe se são alunos ou pessoas da empresa onde trabalho que fizeram isso. […] A única coisa que eu quero é que a justiça seja feita, porque não acho justo tentarem ferir aquilo que acredito”, disse Paixão em um vídeo publicado nas redes sociais.
A autoria das mensagens segue desconhecida. Atualmente, o caso é investigado pela Polícia Civil.
Mudança
Ao acidade on, João Vitor disse que a empresa o trocou de local de trabalho após a repercussão do caso na internet. “Chegaram em mim e disseram que eu poderia ir embora, porque não queriam nenhuma polêmica envolvendo o nome da faculdade”, contou.
O crime de intolerância prevê pena de um a três anos de reclusão, bem como pagamento de multa.
Posicionamentos
A Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto) disse, por meio de nota oficial, que repudia qualquer manifestação de preconceito e discriminação. “Por fim, esclarecemos que os serviços de segurança da Instituição estão mobilizados para buscar identificar os autores dessas mensagens preconceituosas e que solicitamos à empresa parceira, contratante do profissional, seu posicionamento sobre o ocorrido”, completou.
Por meio de nota, a Resolv afirmou que condena qualquer tipo de intolerância “não somente a religiosa”. “Somos uma empresa com mais de 8 MIL colaboradores das mais diversas raças, religiões, credos, orientação sexual etc., mantemos políticas rígidas contrárias a qualquer conduta discriminatória identificada”, declarou.
A empresa informou que trocou o funcionário de setor para protegê-lo e que a situação deve permanecer assim até a o final da sindicância que apura o caso. “Estamos direcionando uma assistente social do nosso quadro de recursos humanos para prestar ao colaborador toda assistência psicológica devida, bem como a abertura de uma sindicância para identificar e punir o verdadeiro agressor, a pessoa que apôs a inscrição discriminatória”, destacou.