Com a melhora dos indicadores da pandemia, as cirurgias eletivas – aquelas que não são consideradas urgentes, tendem a voltar de forma gradativa. O grande desafio, contudo, será suprir a alta demanda represada por conta da suspensão dos procedimentos na quarentena.
A moradora Cláudia Maria de Amorim está na fila de espera por uma cirurgia na coluna há dois anos e não tem previsão de quando vai conseguir realizar o procedimento, essencial para sua volta ao trabalho. “Tenho hérnia de disco e escoliose. Eu preciso fazer a cirurgia. Para mim, é muito importante”, disse.
A situação da Cláudia é semelhante a de milhares de brasileiros que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS). O secretario da Federação de Hospitais de São Paulo, Rodrigo Nóbrega, acredita que o sistema deve levar anos até ser normalizado. Além da alta demanda, os pacientes terão que refazer as avaliações, ou seja, começar do zero.
“Ele tem que passar de novo pelo ortopedista, pelo cardiologista, anestesista e reagendar essa cirurgia para a próxima vaga. A fila de eletivas hoje está muito grande, e o sistema de saúde brasileiro não tem essa capacidade, infelizmente. Provavelmente, essa fila só vai se normalizar dentro de alguns anos”, explica Nóbrega.
Queda drástica
Desde o início da pandemia, o número das cirurgias eletivas no estado de São Paulo caiu drasticamente. Segundo o Conselho Federal de Medicina, a queda é de até 42%.
O levantamento da entidade aponta que 104.388 procedimentos foram realizados durante o primeiro semestre de 2019.No mesmo período de 2021 e 2020, foram feitos respectivamente, 60.345 e 62.380 procedimentos.
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