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CotidianoSeu dinheiro: Sem medo investir no exterior

Seu dinheiro: Sem medo investir no exterior

Considere a próspera economia tecnológica de Cingapura, o crescimento dos recursos naturais na Austrália e as Big Techs dos Estados Unidos

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Eliseu Hernandez D
Eliseu Hernandez D’Oliveira, assessor de investimento da Blue3 (Foto: Weber Sian / ACidade ON

Fazer investimentos apenas em empresas brasileiras e não diversificar em outros países, deixa de fora a maior parte do bolo. E como contentar-se apenas com uma pequena fatia. Economias em crescimento e economias desenvolvidas podem ter muito a oferecer no grande oceano de investimentos. Considere a próspera economia tecnológica de Cingapura, o crescimento dos recursos naturais na Austrália e as “Big Techs” dos Estados Unidos. Se você está investindo apenas no Brasil, está eliminando mais de 95% das oportunidades de investimento sólidas que existem hoje.

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Todo investidor deseja maximizar o lucro obtido com a menor quantidade de risco assumida possível em qualquer investimento. Uma das melhores maneiras de fazer isso é por meio da diversificação, que foi matematicamente comprovada para aumentar os retornos ajustados ao risco. Lembre-se que diversificação é o único almoço grátis dos investimentos.

Uma carteira efetivamente diversificada não tem apenas renda variável e renda fixa. Os ativos estão espalhados por vários setores e geografias, o que garante que um evento adverso em um mercado não afetará negativamente todo o portfólio. Como também garante (ou pelo menos aumenta a chance) que se surfe um momento benéfico de uma economia ou mercado. Como resultado, investir em países estrangeiros (diversificação geográfica) é uma forma importante de aumentar os retornos ajustados ao risco por meio da diversificação.

Existe um conceito de viés nos investidores. Um dos principais é o chamado “Home Bias” ou viés doméstico. É a tendência dos investidores de investirem a maior parte de sua carteira em ativos nacionais, ignorando os benefícios de diversificação para produtos estrangeiros. As restrições legais e custos de transação adicionais podem ser parte da explicação. Porém, pesquisas mostram que existe esse comportamento devido à preferência por investir naquilo com que já estão familiarizados, em vez de se mover para algo desconhecido.

A primeira dificuldade, que é o custo, hoje já é outra realidade. Investir no exterior não necessariamente significa mandar o dinheiro para fora, o que implicaria em abrir uma conta de banco, comprar moeda, pagar os custos de transferência etc. É possível se expor à rentabilidade de ativos de fora, internamente. Fundos de investimentos internacionais de renda fixa e de renda variável, ETFs, BDRs, COEs e até mesmo fundos multimercados que possuem estratégias em outros países.

Porém, se expor a ativos externos internamente, não impede de políticos com uma caneta na mão congelarem seus ativos ou até mesmo usurparem seu patrimônio. Vale destacar que apesar do custo, enviar parte do patrimônio para outra nação tem o benefício de “diversificar risco político”. Então, caso você decida de fato enviar o dinheiro para fora, existem maneiras eficientes e menos custosas de se fazer isso. É possível abrir conta em corretoras fora do país sem ter que ir para o exterior e é possível transferir o dinheiro sem ter que recorrer às tradicionais casas de câmbio.

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Já a segunda dificuldade do viés doméstico é mais difícil de contrapor. No Brasil, que até a bolsa de valores é desconhecida, imagina investir fora do país. Temos um longo caminho educacional pela frente para percorrer.

Obs.: Caderneta de poupança não é investimento.

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