Um dos sobreviventes da tragédia na gruta Duas Bocas, em Altinópolis, recebeu alta médica nesta terça-feira (9).
O bombeiro civil Wallace Ricardo da Silva, de 31 anos, ficou nove dias internado no Hospital das Clínicas – Unidade de Emergência (HC-UE), em Ribeirão Preto.
Ao todo, nove bombeiros civis morreram soterrados no último dia 31, após o desabamento de parte do teto da caverna.
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Já em casa, no município de Batatais, Wallace comentou sobre a recuperação e deu detalhes do ocorrido.
“A gente foi pela trilha e, quando chegou à gruta, os instrutores entraram para fazer uma análise de risco. Entramos na gruta para guardar as coisas e fomos buscar lenha, para acender uma fogueira”, contou Wallace, em entrevista ao telejornal Bom Dia Cidade, exibida nesta quarta-feira (10).
“Como não parava de chover, ele [Celso Júnior, 30, uma das vítimas fatais] passou um treinamento e separou em três equipes. A gente acabou isso eram umas 22h. E ele disse para nos deitarmos. Deitei às 0h02 e escutei um trovão. Quando abri os meus olhos, já estava desmoronando. Fiquei soterrado sobre uma placa de pedra”, completou.
Na gruta, Wallace Silva foi a primeira vítima resgatada pelo Corpo de Bombeiros. Além dele, outras dez pessoas também sobreviveram ao desabamento. Mesmo após a tragédia, o bombeiro civil não pretende deixar a profissão.
“Nós primeiros dias, eu sofri bastante. Pensei em desistir de tudo, porque a gente sempre estava junto. Eles compartilhavam sonhos, conquistas. Depois, pensei melhor e eles não iam querer que eu parasse. Vou continuar porque, aqui em Batatais, a gente faz um trabalho voluntário muito bonito. É uma coisa que está no sangue “, declarou.
Entre todos os bombeiros que não resistiram aos ferimentos, seis moravam em Batatais.
Wallace ainda deverá passar por exames para acompanhamento das fraturas.
Tristeza
Em áudio divulgado pelo Corpo de Bombeiros, é possível ouvir o bombeiro civil Wellington Lucato, outro sobrevivente, pedindo socorro após o desabamento.
Toda a comunicação dura aproximadamente cinco minutos. (clique e ouça)
O caso é investigado pela Polícia Civil de Altinópolis como homicídio culposo (sem intenção). (Com EPTV)
