O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) divulgou nesta sexta-feira (6) o relatório preliminar sobre a queda do avião da Voepass. Segundo o órgão, a equipe de investigação verificou que a manutenção estava atualizada e que a aeronave estava dentro dos padrões exigidos para operar.
O acidente aconteceu no dia 9 de agosto em Vinhedo, no interior de São Paulo. A aeronave ATR 72-500 fazia o voo 2283, entre Cascavel-PR e Guarulhos. As 62 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulação, morreram.
A coletiva foi realizada em Brasília e contou com a presença do chefe do Cenipa, brigadeiro Marcelo Moreno, coronel aviador Carlos Henrique Baldin, chefe de investigação do Cenipa, e do tenente-coronel aviador Paulo Mendes Fróes, investigador-encarregado do Cenipa.
As informações foram repassadas para as famílias das vítimas antes da divulgação para imprensa. A investigação tem o objetivo de apontar os fatores que podem ter contribuído para queda do avião e, por conta disso, realizar melhorias na aviação para evitar novos acidentes.
Gelo severo
O tenente-coronel Paulo Mendes Fróes afirmou que a meteorologia previa condição de gelo severo no trajeto da aeronave da Voepass. De acordo com ele, às 13h18, a aeronave informou que estava no ponto ideal de descida.
O controle instruiu que os pilotos mantivessem o nível que ela estava operando, por conta do tráfego de aviões na região. Portanto, não estava autorizado e descer. Na sequência, às 13h20, os gravadores da aeronave registraram o copiloto do avião relatando “bastante gelo”.
Ainda conforme a investigação, o sistema de-icing da aeronave (mecanismo que serve para remover o gelo acumulado na estrutura do avião) foi ligado três vezes durante o voo. Contudo, em determinado momento, o avião voou seis minutos com aviso de gelo sem que o sistema tenha sido acionado.
Poucos segundos após a fala do copiloto, o controle autorizou a aeronave a voar direto para a descida. Essa foi a última comunicação realizada com a tripulação do voo 2283. Os pilotos não relataram emergência. Às 13h21 o controle do avião foi perdido. O acidente aconteceu um minuto depois.
“Ela [a aeronave] ingressou em uma atitude de voo anormal até colidir contra o solo. Nesse ponto, a aeronave inclinou-se 52º para a esquerda e, posteriormente, 94º à direita, realizando uma variação de proa de 180º no sentido horário. Na sequência, a variação de proa foi revertida para o sentido anti-horário, completando 5 voltas em ‘parafuso chato’ até a colisão contra o solo”, diz o reporte preliminar do acidente – o documento completo pode ser conferido clicando aqui.
Próximos passos
Ainda de acordo com a apresentação realizada pelo tenente-coronel Paulo Mendes Fróes, as próximas etapas da investigação envolvem:
- Exames de materiais e teste funcional de equipamentos, por meio de interação com operador, representantes acreditados e fabricantes;
- Entrevista com ênfase nas condicionantes individuais, psicossociais e organizações;
- Análise de procedimentos operacionais e de manutenção.
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