Foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (6) a Operação Octopus, que pretende desarticular uma organização criminosa, de acordo com a Polícia Federal. Também participaram da ação agentes do Ministério Público Federal e da Receita Federal. As apurações indicam que empresas de fachada e “laranjas” foram utilizados para movimentação de dinheiro obtido de forma ilegal.
“Essas ações eram para manter e perpetuar as ações criminosas e a própria estrutura concebida da organização, além de se buscar conferir uma falsa aparência de licitude dos valores reinseridos em circulação, através dos diversos segmentos de atividades comerciais e empresariais”, informa a PF em comunicado.
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De acordo com a Receita Federal, uma das empresas envolvidas atuaria no ramo moveleiro e lavava dinheiro por meio de remessas ao exterior, simulando o pagamento de importações. Mesmo com grande movimentação de valores, as “empresas pagavam quantia irrelevante de tributos, evidenciando a prática da sonegação”.
“Os dividendos provenientes das ações criminosas eram depositados nas contas bancárias dos ‘laranjas’ e utilizados para o pagamento de fornecedores dos produtos de origem estrangeira importados da China e dos EUA, posteriormente, enviados ao Paraguai, chegando clandestinamente ao Brasil e vendidos por empresas do grupo e de outras pessoas que se valiam de seus serviços”, explica a Polícia Federal em comunicado.
Lavagem de dinheiro
Segundo a investigação, a lavagem de dinheiro se dava a partir do envio de recursos para o exterior, via pagamentos de importações de terceiros, negociações de dólar no mercado paralelo, criptomoedas ou fisicamente, cooptando “laranjas” em regiões de fronteira com valores escondidos em carros. Entre os destinos mais comuns estavam o Paraguai e o Uruguai.
Prisões
Nesta quinta-feira foram cumpridos 45 mandados de busca e apreensão e 36 mandados de prisão – 22 de prisão temporária e 14 de prisão preventiva – em Ribeirão Preto, Brodowski, Jaboticabal, Guatapará, Barretos, Cravinhos, São José do Rio Preto, Jardinópolis, Uberlândia-MG e Foz do Iguaçu-PR.
Também foram bloqueados 250 mil dólares em criptomoedas e houve a apreensão de carros de luxo, como BMW, Porsche e Volvo, dinheiro em espécie e joias – a quantidade ainda está sendo contabilizada pelos agentes da Polícia Federal.
As identidades dos envolvidos não foram reveladas. Os investigados irão responder por crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro, sonegação tributária, evasão de divisas, falsidade ideológica, descaminho e organização criminosa.