A Cervejaria Ambev, dona das marcas como Skol, Brahma, Stella Artois e Colorado, vai aumentar o preço das cervejas a partir de outubro. A multinacional, que detém 60% do mercado de cerveja do Brasil, anunciou o reajuste em um comunicado feito às empresas compradoras.
Em nota, a Ambev informou ao portal ACidade ON, que trata-se de um reajuste periódico, nos preços de seus produtos e as mudanças variam de acordo com as regiões, marca, canal de venda e embalagem. O reajuste também segue a alta do dólar e dos insumos usados na fabricação do produto.
A Associação Brasileira dos Bares e Restaurantes (Abrasel) estima que no Estado de São Paulo o aumento pode chegar até 10%, acompanhando a inflação acumulada nos últimos 12 anos. Já outros estados, a expectativa é de que o aumento fique entre 6% e 8%.
“O setor está hiper pressionado por aumento de custos na luz, no aluguel, nos alimentos, no combustível, que afeta o delivery, por exemplo. Não suporta novo aumento sem repassar para o consumidor. É o acreditamos que vai acontecer instantaneamente”, afirma presidente-executivo da entidade, Paulo Solmucci.
Para o presidente da Abrasel, o reajuste proposto pela Ambev abre as portas para que as outras cervejarias façam o mesmo. “Há uma referência de preços no mercado ditada pela Ambev. Quando ela aumenta, as concorrentes acompanham a decisão”, finaliza.
Mercado regional
O empresário Renato Munhoz, dono de bares e restaurantes em Ribeirão Preto e presidente regional da Abrasel, acredita que uma parte dos estabelecimentos mantenha os preços atuais. “O que talvez pode acontecer é algumas promoções diminuírem, mas o preço de hoje é praticamente o mesmo de 4 anos atrás, não mudamos, temos segurado o reajuste”, disse.
“O consumidor está preparado para esses novos preços? Não adianta também ter preço e não ter venda. Vai chegar uma hora que o consumidor não vai conseguir consumir determinado produto e quem movimenta a economia é a grande massa de média e baixa renda”, complementa Munhoz.
Renato está confiante com a retomada dos serviços, mas lembra que 62% dos estabelecimentos ainda não conseguiram recuperar os números pré-pandemia. Essa estatística faz parte de uma pesquisa recente feita pela Abrasel a nível nacional.”Esses últimos meses serão mais apertados, mas estou com boas perspectivas que no ano que vem, a cadeia produtiva volte ao normal”, conclui.
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