Um levantamento da Serasa Experian, obtido pela reportagem do acidadeon, mostra que o número de inadimplentes em Ribeirão Preto chegou a 281.051 pessoas em agosto deste ano, um aumento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado, quando havia 253.742 moradores negativados. A diferença é de 27.309 pessoas a mais.
O total de pessoas com o nome sujo em Ribeirão equivale a 39,5% da população total da cidade que é de 711.825 habitantes, segundo o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2020. A Serasa informou que os dados de setembro e outubro da inadimplência ainda não estão disponíveis.
São Paulo
O levantamento também indica que havia em agosto, 16 milhões de inadimplentes no estado de São Paulo, com dívidas que totalizaram R$ 78 bilhões. O ticket médio por dívidas por inadimplentes no período foi de R$ 4.883,95. Já o ticket médio por dívidas foi de R$ 1.283,54.
Os bancos e cartões lideram a lista das causas do endividamento dos paulistanos, sendo responsáveis por 30,75%; Utilities que são serviços essenciais como o gás, a energia elétrica e água, aparecem em segundo com 21,80%; Varejo tem 8,64% e Telecom, ultimo da lista, 4,54%.
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O que diz o economista
O economista Adnan Jebailey afirma que esse aumento de inadimplentes em Ribeirão Preto de um ano para outro já era esperado, em virtude do cenário econômico de inflação, que beirou até o mês atrás, dois dígitos e agora começa a ceder por causa das intervenções no ICMS, e nos preços de combustíveis. O preço da alimentação, no entanto, continua em patamares altos, impactando sobretudo o orçamento das famílias mais humildes.
“O preço da alimentação continua caro, e isso de alguma maneira desequilibrou o orçamento, a renda, sobretudo das famílias. Quando a gente tem uma taxa de juros alta, a tendência é que as outras taxas de juros do mercado continuem crescendo e permanecendo em patamares altos, principalmente de bancos e cartões, como demonstra no levantamento. Imagine família de três pessoas com um salário, com os preços aumentando, sobra menos dinheiro, sobrando menos dinheiro, você não consegue pagar dívidas, os juros vão aumentando de maneira desordenada e isso gera esse aumento de inadimplentes”, afirma.
O que fazer
Segundo Jebailey, cerca de 60% dos moradores de Ribeirão não ganham nada ou vivem com dois salários mínimos, ou seja, R$ 2.400,00 por mês, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geográfia e Estatística). Na avaliação dele, isso faz com que muita gente viva no limite do seu orçamento, levando ao descontrole das contas, quando surgem os imprevistos.
‘Por mais que a pessoa tenham capacidade técnica e conheça tudo sobre organizar finanças, o que acontece é que algum incidente, por exemplo, um carro quebre, aí ela vai precisar pegar um empréstimo para cobrir e pagar de alguma forma o conserto do carro, isso vai fazer com que ela desalinhe todo o orçamento. Para essas pessoas reverterem essa situação de alguma forma, deve ser priorizado o pagamento de contas que são essenciais, como aluguel e alimentação, e depois pegar essas dívidas com as maiores taxas de juros como cheque especial e cartão de crédito e, por fim, aquelas dívidas, que não tem taxa de juros, sempre de forma crescente de valor menor, para o maior”, explica.