A multinacional de alimentos Nestlé anunciou nesta quinta-feira (7) a compra do Grupo CRM, dono das marcas de chocolates Kopenhagen e Brasil Cacau, que pertencia ao fundo americano Advent. O valor do negócio não foi revelado, mas é estimado em cerca de R$ 4,5 bilhões, de acordo com fontes próximas às negociações.
O acordo terá de ser aprovado pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e, segundo a Nestlé, a expectativa é que o fechamento do negócio ocorra em 2024.
A atual presidente do Grupo CRM, Renata Vichi de Moraes, continuará à frente da operação, que conta com mais de 1 mil lojas e é um dos maiores franqueadores do País.
De acordo com a Nestlé, o controle acionário permitirá ao grupo “participar de um segmento diferenciado, agregando à sua estrutura um novo modelo de negócio com a rede de lojas que oferece uma experiência exclusiva aos consumidores aliando chocolates finos ao café. Ao mesmo tempo, a Nestlé estará comprometida em alavancar ainda mais o crescimento do Grupo CRM”.
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“Consideramos essencial para o sucesso da transação a permanência da Renata na gestão por seu profundo conhecimento do negócio, resultados e pela paixão com a qual vem conduzindo a empresa nos últimos 25 anos, culminando em uma trajetória consistente de desenvolvimento”, disse, em nota, Marcelo Melchior, CEO da Nestlé Brasil.
“Entendemos que temos uma grande oportunidade de acelerarmos segmentos de maior valor agregado, fortalecendo ainda mais a categoria de Chocolates no Brasil.”
A venda da Kopenhagen faz parte de um processo de desinvestimento do Advent, que busca liberar recursos para novas oportunidades de aquisições no varejo. No mês passado, o fundo de investimentos já havia vendido 85% de sua participação no Carrefour com uma visão parecida.
Segundo apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), os recursos devem ser direcionados para investir em redes regionais varejistas ou de atacarejos.
O Advent comprou a Kopenhagen em 2020. Este ano, contratou o Goldman Sachs para estudar “alternativas estratégicas” para a empresa de chocolates. Na mesa, havia a opção também por uma abertura de capital (IPO). Já a Nestlé foi assessorada pelo UBS BB.
Além da Nestlé, a Kopenhagen havia sido oferecida ainda a outros compradores, como a Cacau Show. O nome da Nestlé vinha circulando nos últimos dias entre banqueiros da Faria Lima como um dos favoritos para a compra da Kopenhagen.
Uma das dúvidas era se a empresa suíça estaria disposta a enfrentar novamente reguladores brasileiros, após um trâmite de mais de 20 anos no Cade da compra da Garoto, anunciada em 2002 e aprovada só em 2023.
Recentemente, a Nestlé anunciou que vai investir R$ 2,7 bilhões em suas fábricas de biscoitos e chocolates no Brasil até 2026. No último ciclo, de 2019 a 2022, o valor aportado pela empresa no País foi bem menor, próximo a R$ 1 bilhão.
Para se ter uma ideia da relevância do número, o total a ser investido nesses três anos no País representa mais de 50% do que a Nestlé vai investir no mundo em chocolates e biscoitos (com Altamiro Silva Júnior e Talita Nascimento/Agência Estado).
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