O Núcleo dos Postos de Ribeirão Preto, entidade que representa 85 estabelecimentos na cidade, projeta novos aumentos nos preços dos combustíveis em Ribeirão Preto. De acordo com dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo), a última semana fechou com preços médios de R$ 3,70 para etanol, R$ 4,70 para gasolina e R$ 6,70 para diesel.
De acordo com o presidente do Núcleo Fernando Rocca, a alta dos preços é puxada sobretudo pelo período entressafra da cana-de-açucar (fim da colheita) que deve seguir até março ou abril do próximo ano. O reajuste ocorre também uma semana depois dos bloqueios em rodovias realizados por manifestações antidemocráticas que levaram ao desabastecimento de postos revendedores.
“A situação começou a se normalizar essa semana, as entregas já estão ocorrendo normalmente, por enquanto. E esse aumento do etanol reflete na gasolina também, não podemos esquecer que 27% da composição da gasolina é de etanol, os preços aumentaram de acordo com o que foi recebido pela distribuidora. Em algum momento, o preço foi um pouco mais majorado para conseguir manter o abastecimento dos veículos em Ribeirão, devido a falta de produtos que ocorreu por 3 a 4 dias”, disse.
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Segundo o economista Adnan Jebaley, o aumento no preço do etanol por causa da entressafra, período em que há redução de oferta desse produto no mercado, pode fazer com que os motoristas de carro flex optem pela gasolina. Com isso, a tendência é de que os preços de ambos subam no mercado. Por outro lado, ele cita um cenário favorável do ponto de vista econômico, com a queda do dólar e das intervenções para redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no estado de São Paulo, em vigor, até o fim do ano.
“A expectativa é de que [a gasolina] não suba muito mais como subiu nas últimas semanas, tendo em vista a queda do dólar que se aproxima basicamente dos R$ 5, depois de ter chegado a R$ 5,40, R$ 5,50 ao longo desse ano e do ano anterior. Agora o que fica na dúvida é como a Petrobras vai reagir a esses reajustes de preços, uma vez que desde o primeiro semestre, a política de reajuste de preços [da estatal] não segue uma regularidade temporal, ou seja, a gente não sabe se vai ser reajustado ao longo dos próximos 45, 30, 60 dias. Lembrando que no dia 31 de dezembro acaba o período de redução do ICMS que no estado de São Paulo caiu de 24% para 18%. Agora tem que aguardar o Governo, para saber qual vai ser a medida para 2023”, explica Jebaley. (Com CBN Ribeirão)