O preço da cesta básica em Ribeirão Preto voltou a subir no mês de maio, depois de dois meses em queda, segundo o levantamento feito pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi da Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto). O motivo atribuído é a tragédia climática no Rio Grande do Sul, que teve início no fim de abril.
De acordo com a pesquisa, o custo médio do kit de produtos foi de R$ 690,50, o que representa 3,33% de inflação em relação a abril e 7,75% no acumulado do ano.
“O aumento foi efeito rebote por conta das enchentes no Rio Grande do Sul, que afetaram a distribuição de alimentos em todo o país”, afirma o instituto.
Mesmo com a alta, do primeiro levantamento até abril de 2024, a inflação dos alimentos registrada foi de 7,12%.
Restrição de produtos
Dez hipermercados e quatro padarias nas quatro regiões da cidade foram visitadas no dia 17 de maio, ocasião em que foi constatado que a inflação do mês foi impactada pela restrição de produtos, por conta das enchentes no RS. Além disso, houve alta no dólar e pressão de demanda gerada pelo setor externo.
“Para este mês, como previsto no relatório de inflação de abril, houve significativa queda nos preços de feijão e trigo, o que se refletiu no preço do pão francês (derivado de trigo). Por outro lado, contrariando as expectativas, a cotação do arroz cresceu 6,89%, reflexo das fortes chuvas no Sul”, aponta o analista Lucas Ribeiro.
Outra observação dos analistas foi de que houve redução na quantidade de compra por item (média de seis pacotes por cliente) para garantir o abastecimento.
Outros produtos que tiveram seus preços impactados pelas enchentes foram o leite e derivados, visto que o estado atingido é o terceiro maior produtor de laticínios do Brasil, respondendo por 12,42% da produção nacional.
Pesando na conta
Dos 13 itens pesquisados, os que mais pesaram no bolso do consumidor do orçamento total foram:
- carnes (37,7%)
- frutas e legumes (29,14%)
- farináceos (19,23%)
- laticínios (6,39%)
- leguminosas (4,21%)
- cereais (2,68%)
- óleos (0,65%)
Os produtos com maior alta foram batata inglesa (+30,27%), tomate italiano (+8,11%) e arroz (+6,89%).
Na outra ponta, houve queda em diversos produtos, como banana nanica, que estava em alta, mas teve o preço reduzido em 17,66% devido à mudança de estação.
Valores por regiões
Sul – Teve a cesta básica mais cara da cidade em maio, com custo médio de R$ 744,25 (alta de 5,57% em relação a abril). Nessa zona, a batata inglesa chegou a custar até 56,23% a mais.
Norte – Foi a região com a cotação mais barata, com média de R$ 617,28 e única com queda (-0,38% a.m.), puxada pelo preço da banana nanica (-44,24% a.m.).
Leste – O custo médio foi de R$ 676,60 (+1,34% a.m)
Oeste – Nessa região o custo foi de R$ 671,20 (+6,2% a.m.)
Centro – Na região Central o custo foi de R$ 733,28 (+1,32% a.m.)
Como é feito o levantamento
O levantamento da cesta básica em Ribeirão avalia mensalmente 13 itens descritos no decreto nº 399/1938, que define as quantidades alimentares mínimas necessárias para atender às necessidades nutricionais de um indivíduo de idade adulta.
A cesta considerada pela Acirp inclui carne bovina (6 kg de alcatra), leite longa vida (7,5 litros), feijão carioca (4,5 kg), arroz branco tipo 1 (3 kg), farinha de trigo (1,5 kg), batata inglesa (6 kg), tomate italiano (9 kg), pão francês (6 kg), café em pó (0,6 kg), banana nanica (90 unidades), óleo de soja (0,8 litro), açúcar cristal (3 kg) e margarina (0,75 kg).
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