O atacante argentino Lucas Delgado, investigado por estupro e agressão a uma mulher no Rio de Janeiro, na madrugada do dia 26 de setembro, junto com outros dois atletas do elenco botafoguense, se manifestou pela primeira vez sobre as acusações. O fato teria ocorrido um dia depois do time vencer o Volta Redonda por 2 a 1 e garantir uma vaga à Série B do Brasileiro no ano que vem.
A advogada Graciele Queiroz, que defende João Diogo e neste momento assessora Delgado, enviou à reportagem do GE um texto de autoria do jogador argentino. O mesmo texto também foi publicado por ela em suas redes sociais. Na publicação, o atleta nega o crime e diz que está à disposição das autoridades brasileiras. Ele também afirmou que só voltou à Argentina, porque teve o contrato rescindido com o clube – veja o texto na íntegra abaixo:
“Atenção que você entrou em contato comigo para me consultar sobre o suposto caso que foi aberto no Brasil contra mim, digo alegado porque NÃO cometi nenhum crime. Eu te digo que eu NÃO fugi de lugar nenhum. Meu contrato foi rescindido e tive que voltar ao meu país porque não podia ficar sem contrato de trabalho, não teria como me sustentar. Então decidi voltar com minha família.Até o momento, ninguém me notificou formalmente de nenhum caso contra mim. De forma alguma estou fugindo da justiça, pelo contrário, estou disponível.Posso fazer a declaração pela embaixada ou, nesse caso, eles podem me enviar um registro com as interrogações pela chancelaria e, dessa forma, posso ir ao tribunal de plantão da jurisdição nacional, federal correspondente para arquivar lá a declaração e depois enviá-lo.Pelo que repito, estou disponível para testemunhar sobre os fatos que os meios de comunicação me mencionam, já que não cometi nenhum crime’.
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Investigação
A Polícia Civil do Rio de Janeiro começou a ouvir nesta semana os outros dois atletas envolvidos no caso – João Diogo Jeninngs, 27, e Eduardo Barbosa Hatamoto, 19. Eles prestaram depoimentos no 4ª DP (Praça da República), na segunda (3) e terça-feiras (4), respectivamente.
À reportagem do G1, a advogada Graciele Queiroz, disse que João Diogo não cometeu crime. “Nesse momento, ele não tem nada a declarar. Ele é inocente. Ele está aqui por livre e espontânea vontade para comprovar a inocência dele”, afirmou. Já Dudu e a defesa não se manifestaram.
O caso
O caso ocorreu na madrugada de 26 de setembro, horas após o Pantera ter vencido o Volta Redonda e conquistado o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro de 2023. A vítima de 27 anos, procurou à Polícia Civil para prestar queixa. Em entrevista à TV Globo, ela que conheceu Alexis em uma boate na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
Após isso, eles foram para um hotel no Santo Cristo, na Zona Portuária do Rio e tiveram relação sexual de forma consensual. Ela, no entanto, disse que em certo momento foi surpreendida pelo atleta, que contrariou sua vontade e não usou preservativo.
A vítima contou ainda que entraram no quarto, sem seu consentimento, os outros dois jogadores [João e Eduardo] e tentaram forçar uma relação com ela. Diante da recusa, a mulher afirma que foi ofendida e agredida por eles.
“Já vieram tentando me agarrar, e eu falando: Não quero, não quero. “Aí o menino [Dudu Hatamoto] disse: Ah ela tá marrenta é? E foi a hora que ele me deu uma mordida no meu peito e eu só empurrei ele. Como doeu, ardeu muito, eu só comecei a chorar”, disse.
Botafogo se manifestou
Na quarta-feira (28), o Botafogo usou as redes sociais para divulgar uma nota, na qual informou o desligamento do argentino Delgado e punições disciplinares a Dudu e João Diogo. Além disso, o clube espera a conclusão das investigações para tomar mais ações sobre a dupla. O Pantera ainda afirmou repudiar todo tipo de violência e assédio, especialmente contra mulheres, e se colocou à disposição para contribuir na apuração dos fatos. (Com EPTV)