Encontrar-se e ainda ser presenteado por uma referência no esporte mundial podem parecer sonhos improváveis para alguns. Mas não para o ginasta ribeirão-pretano Chico Barretto. Nesta segunda-feira (26), ele ganhou um skate de Pâmela Rosa, atual líder do ranking mundial de street.
Ambos se encontraram no hotel da delegação brasileira, na Vila Olímpica, onde Barretto pôde demonstrar suas habilidades como skatista, acertando um flip (assista vídeo abaixo).
“Não conhecia a pessoalmente. Minha relação com ela era mais de fã e foi um sonho realizado. Tudo nasceu de uma brincadeira na hora que a gente estava almoçando. Depois disso, ela veio e pediu um pin [acessório] para mim, e eu, por brincadeira, pedi para trocar por algo do skate. Ela já jogou na minha cara: ‘não, espera aí que eu já vou te dar o meu skate’. Eu não acreditei e foi isso que aconteceu”, explicou o ginasta em entrevista ao ACidade ON.
No último sábado (24), Chico Barretto não conseguiu se classificar às finais de aparelhos. O Brasil também ficou de fora da decisão por equipes.
Já no skate, Pâmela Rosa acabou sendo desclassificada ainda nas eliminatórias, no domingo (25). O equipamento cedido a Barretto, inclusive, foi utilizado por ela durante a competição. Nas redes sociais, a skatista revelou que disputou lesionada as Olimpíadas de Tóquio.
Antiga paixão
Campeão pan-americano na barra fixa, no cavalo com alças e por equipes, Chico Barretto disse que o primeiro esporte que despertou efetivamente o seu amor foi o skate. Contudo, aos 13 anos, quando saiu de Ribeirão para treinar em São Caetano do Sul, se viu entregue à ginástica artística. Aos 31 anos, a modalidade já o rendeu duas convocações olímpicas e diversos títulos internacionais.
“No início da ginástica, eu andava de skate. Confesso que gostava mais de skate do que da ginástica. Quando parei a ginástica em Ribeirão, levei o skate a sério, pois era isso que eu queria. Só que aí meu pai e minha mãe entraram em contato com a equipe de São Caetano do Sul, e eu acabei voltando para a ginástica”, contou.
“Mesmo assim, levei o skate pra lá e continuei andando. Só que eu comecei a entrar na seleção de ginástica e a ir para competições profissionais, então já não sobrava mais tempo para me arriscar no skate, que acabou ficando só como hobby”, completou.
Fora das finais, Barretto e parte da delegação brasileira de ginástica artística devem chegar ao Brasil nesta quarta (28).