Em sua 64° edição, o Prêmio Jabuti 2022, que consagra os melhores da literatura brasileira, premiou a obra “Também Guardamos Pedras Aqui”, da autora ribeirão-pretana Luiza Ramão, como Livro do Ano. A edição celebrou a Semana de Arte Moderna de 1922 valorizando a cultura popular brasileira e as raízes africanas e indígenas.
A premiação aconteceu na quinta-feira (24), no Theatro Municipal de São Paulo. Além de Luiza, outras obras também foram premiadas em 20 categorias divididas em Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação.
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O livro também venceu na categoria Poesia. Em suas redes sociais, a autora expressou a emoção em ganhar a categoria mais importante da noite.
Não tô acreditando” talvez seja a frase que mais repeti nas últimas horas. Com os olhos arregalados, uma porção de gritos saindo pela boca e uns tantos tremeliques, só consigo repetir: “não tô acreditando”. Ser indicada ao Jabuti – ao lado de artistas que admiro tanto, artistas que leio, escuto e acompanho há anos, artistas que me formaram como leitora e seguem me inspirando a cada dia – já era a realização de um sonho! Ser premiada, então? “Não tô acreditando”.
O prêmio Jabuti, criado em 1958, o prêmio é responsável por reconhecer e divulgar a literatura, as artes e as ciências feitas no Brasil, sendo a premiação literária nacional mais importante. Luiza Romão nasceu em Ribeirão Preto, em 1992. É poeta e atriz, autora dos livros “Sangria” (2017) e “Coquetel Motolove” (2014).
Em 2020, entrou no mestrado em Teoria Literária e Literatura Comparada, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (Universidade de São Paulo).
Confira a sinopse do livro
As pedras de Luiza Romão têm a ver menos com as pedras no bolso de Virginia Woolf, e mais a ver com as pedras jogadas pelos palestinos em Sheikh Jarrah: um ato ao mesmo tempo concreto e simbólico, de autodefesa e resistência ao neocolonialismo. As pedras de Luiza têm mais a ver com a pedra de Drummond, a de João Cabral, a pedra das canções de protesto do Clã Nordestino, de Nina Simone, de Pete Seeger, de Barbara Dane e de Selda Bağcan.
Com “também guardamos pedras aqui”, Luiza Romão consegue inserir momentos de afago e restauro existencial, sem perder uma perspectiva crítica. Isso, em 2021, é tudo que a gente quer: seguir nos aperfeiçoando, nos aprimorando, como seres humanos e sujeitos políticos, e ao mesmo tempo sentir um pouco de prazer, um pouco de alívio, que carreguem nossas de baterias, para que possamos voltar à realidade, prontas para a luta. Um livro para ir redescobrindo, à medida que ele passa. Não tenho a menor dúvida disso.