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PolíticaEleiçõesConfira o que Guilherme Cortez disse na entrevista da série entre os candidatos à Prefeitura de Franca

Confira o que Guilherme Cortez disse na entrevista da série entre os candidatos à Prefeitura de Franca

Eleições 2024: o acidade on Ribeirão realiza nesta semana uma série de entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Franca

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O acidade on Ribeirão realiza nesta semana uma série de entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Franca nas eleições 2024. Nesta terça-feira (10) o entrevistado foi o deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL) – veja o player acima.

A sequência de entrevistas foi definida por ordem alfabética. Cinco candidatos serão sabatinados por 12 minutos. No sábado (14), o candidato terá 8 minutos de entrevista ao vivo. Outros candidatos na disputa terão entrevistas de 2 minutos veiculadas.

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Entre as suas propostas na economia está a de gerar empregos em carteira assinada e capacitar a mão de obra em Franca. Qual a meta de empregos e qual é o caminho?

  • Franca está se tornando a capital do subemprego. Isso por conta da reforma trabalhista, muitas coisas que vão além, inclusive, da competência do próprio município que depende de você rever legislações estaduais ou legislações federais. Eu, como deputado estadual, sou autor de algumas delas na Assembleia Legislativa para que você possa valorizar e incentivar o trabalho formal e garantir a proteção do trabalhador, sobretudo, da indústria do calçado, que é a principal indústria da nossa cidade. A realidade é que Franca hoje, como boa parte do nosso estado, está sofrendo com a desindustrialização. Então, a cidade que antes era conhecida como a Capital do Calçado, cada vez mais a gente vê as nossas grandes fábricas indo embora, por conta da guerra fiscal, que agora, com a expectativa da reforma tributária isso seja atenuado, e as pessoas, que antes trabalhavam com carteira assinada na indústria, com dignidade para isso, agora elas têm que costurar sapado dentro da própria garagem de casa, colar sola de sapato na garagem de casa, sem qualquer garantia de férias, 13º salário. Você tem que mudar essa realidade. Então, para isso, você tem dois caminhos. Retomar a indústria da cidade, valorizar a indústria da cidade, porque Franca tem um parque industrial invejável. Qual que é a questão. Em um mundo com a guerra fiscal e em um mundo com a China competindo, você precisa repensar a nossa indústria. Os países exportadores de calçados que conseguiram competir com a China, eles apostaram em o que? Em um produto mais refinado, com novas tecnologias, tecnologias sustentáveis, porque você não consegue competir em quantidade, em escala, com uma potência como é a China. Então, você tem que facilitar para a nossa indústria o acesso a essas tecnologias, os incentivos necessários, porque sabe que a indústria na cidade é mais emprego para a população. Em segundo lugar, você não pode ficar dependente só da produção do calçado, você precisa diversificar a economia. E, hoje, Franca tem várias empresas e projetos na área de tecnologia que são subaproveitados, porque não tem apoio da prefeitura. Eu, como deputado estive aqui em Ribeirão Preto no Supera Parque, uma iniciativa muito interessante que você tem da prefeitura, que você oferece espaço físico, oferece condição para que esses projetos possam se estruturar. A gente quer fazer o parque de inovação tecnológico de Franca. Para que você possa ter essa oportunidade para que a prefeitura possa dar esse apoio logístico, estrutural e financeiro também para que essas empresas possam se desenvolver. Você desenvolvendo esses dois pólos, movimenta a economia, aumenta a arrecadação do município, e você gera mais emprego para a população.

No transporte público, o seu projeto é criar o programa tarifa zero. Como isso funcionaria e de onde viriam os recursos?

  • Tarifa zero, em primeiro lugar, é um avanço. A primeira manifestação que eu fui na minha vida foi lá em 2013, do passe livre. E naquela época ninguém achava que tarifa zero sequer era possível. Era considerado uma utopia por todo mundo. Hoje você tem em mais de 100 cidades do Brasil, boa parte aqui no Estado de São Paulo, que adotam a tarifa zero de alguma maneira. Você tem o prefeito de São Paulo, a maior cidade do País, que propõe a tarifa zero, começando pelos fins de semana. Ou seja, a tarifa zero vai se tornando uma realidade dentro do debate público. É fácil você fazer? Não. Você faz de uma hora para outra, não faz. O primeiro passo para Franca é revogar o contrato com a São José. Porque enquanto aquela empresa estiver lá, você não vai ter tarifa zero de jeito nenhum. Pelo contrário, Franca tem uma das passagens de ônibus mais caras do País, que oferece um péssimo serviço e que cada vez cobra mais para manter o serviço que presta para população. É um disparate com a população. Como você vai fazer a tarifa zero? É de uma hora para outra? Não, é em etapas. Você tem dentre essas mais de 100 cidades que implementam a tarifa zero, vários modais de financiamento. Você tem o caso de São Caetano do Sul, onde, por exemplo, a prefeitura criou um fundo municipal do transporte, que é abastecido através do dinheiro que as empresas deixam de pagar com vale-transporte. Elas direcionam isso para prefeitura. Você tem casos de cidades que refaz o remanejamento orçamentário de outras áreas para custear a tarifa zero. Você tem casos de prefeituras que utilizam a verba que a prefeitura arrecada através de multas ou através de publicidade. Você tem vários modelos a serem estudados. Você tem programas de financiamento específico através do BNDES, por exemplo, eletrificar a frota, por exemplo, então tem que estudar esses casos, ver o que se adéqua a cidade e você tem que revogar o contrato com essa empresa. O que colocar no lugar da São José? A gente quer adotar o modelo híbrido de transição, como você tem em Porto Alegre, em que você tinha uma empresa municipal, a Carris, que administrava parte dos serviços, e você abria a licitação para as empresas privadas administrarem a outra parte. Aí, você consegue equilibrar entre o público e o privado e você consegue ter um período de teste, de transição para ver o que funciona melhor, para fazer os remanejamentos orçamentários necessários. É fácil fazer tarifa zero? Não é. Mas é uma questão de concepção da gente entender que a população tem direito a um transporte público acessível e de qualidade, de que em um momento de crise ambiental que a gente vive, você precisa retirar os automóveis individuais da rua e incentivar que a população utilize o transporte coletivo, e é um desafio que a gente não vai fugir.

Esse programa já seria aberto para toda a população?

  • A gente não pretende fazer a tarifa zero de uma hora para outra para toda a população, porque isso é completamente inviável. Você tem que manter as gratuidades que existem hoje, e a gente quer ampliar gradualmente começando pelos estudantes, você tem várias cidades que têm meia-passagem, têm passe livre estudantil e quando eu era estudante do ensino médio e morava em São Paulo, tive passe livre estudantil, fruto das manifestações de 2013, que é muito importante para que o estudante possa usufruir da cidade, possa ir no cinema, ir no teatro, ir no museu, ir em uma exposição e, para os professores, pelos trabalhos que eles prestam. Aí, com base nisso, você vai expandindo gradualmente para o restante da população com a responsabilidade financeira e orçamentária devida.

Na educação, o seu plano de governo cita a implantação do ensino integral gradual em todas as escolas da rede municipal. Como isso seria realizado?

  • Você já tem escolas de tempo integral na cidade de Franca, assim como você tem um programa medianamente sucedido do governo estadual das PEI, das escolas em tempo integral. Então escola em tempo integral também vai se tornando uma realidade. Claro que para isso você tem que preparar a escola para isso, preparar o contra-turno, porque não adianta a criança ficar em tempo integral na escola e você não ter atividade, você não ter servidor e professor. Você precisa preparar as escolas com mais concursos, melhorando a infraestrutura das escolas. Eu, como deputado, destinei cerca de R$ 1 milhão das emendas parlamentares para educação pública, para que se pudesse fazer essas reformas. Agora, depende do prefeito fazer a parte das contratações, fazer uma programação dentro das escolas para o contra-turno das crianças e, hoje, você acompanha muito bem como jornalista, que a situação da educação em Franca, está abandonada. Principalmente pelos casos de violência que os professores estão submetidos. No ano passado, teve vários relatos de professores que foram agredidos dentro da sala de aula por pai de aluno. Isso é um escárnio. Você imagina que o professor sai da casa dele para ir trabalhar, já recebendo um salário abaixo do que ele merecia, e ainda tem medo de levar uma porrada, ser atacado por um pai, por um aluno, dentro da escola. Tem que garantir a segurança e a salubridade dentro do ambiente escolar. Isso você faz com infraestrutura, isso você faz com mais contratações para combater a sobrecarga dos servidores, você faz com um plano de carreira. O plano de carreira dos trabalhadores da rede municipal de ensino está engavetado na prefeitura há anos e não avança. Porque daí, você dá incentivo para o professor fazer o trabalho dele da melhor maneira possível, e com uma gestão democrática. Sou o único deputado que as pessoas veem em escola municipal, em escola pública, visitando, ouvindo, e o que eu ouço em 10 em cada 10 escolas é a mesma coisa. A gestão municipal tem uma postura autoritária, centralizadora, professor está sendo substituído pela planilha e por aplicativo. Você tem que rever essa forma de administrar a educação, que é hoje o maior investimento municipal em Franca.

O Poupatempo da saúde está entre as suas propostas, com objetivo de reduzir filas de espera para exames e consultas. Em quanto tempo é a sua previsão para acabar com as filas na saúde em Franca?

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  • A situação das filas na saúde, eu acho que é a coisa mais hedionda que eu testemunho como deputado. Porque, como parlamentar, as pessoas semanalmente nos contatam pedindo ajuda, pedindo pelo amor de Deus, porque você tem o caso de idosos que estão até 3 anos esperando para fazer um procedimento simples de catarata, tem casos de mulheres que estão esperando há anos para passar por um ginecologista, com cisto no ovário, que pode se desenvolver e virar um câncer. É uma situação assustadora. Um caos que você vive na saúde, porque as pessoas esperam meses, para não dizer, às vezes anos, para conseguir fazer um exame simples, um procedimento simples, ou um especialista. Precisa primeiro contratar mais médicos especialistas. Como você faz isso? Abrindo concurso público e utilizando dos convênios com o Governo Federal, com governo estadual. O Hospital Público Regional vai resolver esse problema? Vai, mas vai ter que buscar outras maneiras para você garantir a saúde básica da população. Você tem o programa do Governo Federal Mais Acessos Aos Especialistas, que em várias cidades ajudou a você zerar a fila, através do teleatendimento, da telemedicina, que não é o ideal, mas é necessário para que você possa conter uma situação de emergência. A nossa meta é ao final dos nossos quatro anos de mandato a gente ter zerado as filas da saúde em Franca. O Poupatempo da Saúde é uma experiência que deu certo em Santo André e em outras cidades do Brasil e do mundo, que você consegue dentro de um único espaço de policlínicas, semelhante, mais ou menos, o que são as redes de AMEs, mas com outra proposta, você consegue no mesmo espaço passar por especialista, fazer uma consulta, fazer um exame. Você agilizar em uma tacada só, em uma tarde só, uma série de exames que se você tiver o sistema descentralizado, a população vai ter que se deslocar para outros bairros e vai demorar mais esse atendimento.

Regras das entrevistas

Foram convidados para as entrevistas presenciais os candidatos com partidos que têm representação na Câmara dos Deputados, como são os casos do MDB, PSOL, PL, PSB e PT, que terão 12 minutos nas entrevistas. O Novo também tem representação, mas é um dos partidos que não alcançaram a cláusula de barreira, e terá 8 minutos na entrevista.

Já o PCO, Mobiliza e PCB não têm representatividade na Câmara dos Deputados. O espaço também será aberto para essas legendas, mas em entrevistas gravadas de 2 minutos.

Próximas entrevistas

11/9 – João Rocha (PL)

12/9 – Marco Aurélio Ubiali (PSB)

13/9 – Mariana Negri (PT)

14/9 – Alexandre Tabah (Novo)

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Leonardo dos Santos
Leonardo dos Santos
Jornalista formado pelo Centro Universitário Barão de Mauá e egresso da Universidade de São Paulo. Cobriu as campanhas eleitorais de 2016, 2018, 2020 e 2022, e ficou de olho na passagem da seleção francesa por Ribeirão Preto na Copa do Mundo de 2014. E-mail: leonardo.santos@acidadeon.com
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