Membros de entidades da sociedade civil que integram o Observatório de Transparência da Eleição pediram na última segunda-feira, 26, ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, que leve ao plenário da Corte uma proposta de resolução para proibir o uso de camisetas da seleção brasileira por mesários.
Segundo dois participantes do encontro informaram ao Estadão, a proposta teria sido apresentada pela Associação Juízes para a Democracia (AJD). A reunião foi realizada em conjunto com os integrantes da Comissão de Transparência das Eleições – criada em 2021 pelo ministro Luís Roberto Barroso para aumentar a fiscalização da disputa deste ano pela população.
Os autores da proposta teriam dito a Moraes que o uso das camisetas da seleção brasileiro por mesários pode gerar animosidade nas seções eleitorais do País, por causa do contexto de polarização excessiva e belicosidade entre as campanhas dos candidatos à Presidência.
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As camisetas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) passaram a representar grupos e manifestantes de direita, com destaque recente aos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que incorporaram a vestimenta em atos de apoio ao governo.
Moraes teria respondido aos participantes da reunião que a situação envolvendo os mesários preocupa. Segundo pessoas presentes no encontro e ouvidas pelo Estadão, o presidente do TSE teria dito que a questão do uso das camisetas da seleção brasileira é um problema a ser enfrentado, mas não deu prazo para o caso ser apreciado pelo plenário, tampouco garantiu que a proposta avançaria no tribunal.
Na reunião, os presentes ainda teriam proposto a ampliação da restrição ao porte de armas em todo o território nacional. Como mostrou o Estadão, o TSE proibiu a circulação de pessoas armadas a 100 metros das seções eleitorais nos dois dias que antecedem a eleição, no dia da votação e nas 24 horas após a divulgação dos resultados. As entidades da sociedades civil pediram que a Corte aumente o raio da proibição.
Outro pedido feito pelas entidades foi o fechamento de clubes de tiro nos dois dias que antecedem a votação. Um dos três representantes de organizações que falaram durante a reunião argumentou que o trancamento evitaria que a categoria dos caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) argumentasse que o porte seria apenas para se dirigir aos clubes. Como mostrou o Estadão, Moraes já vinham avaliando a adoção dessa medida após reunião com delegados da Polícia Civil que manifestaram a preocupação com esse tipo de estabelecimento.