Após a Câmara Municipal de Ribeirão Preto aprovar uma moção de congratulações para uma médica que chama a ivermectina de “droga maravilhosa”, vereador quer mudança nas regras do Legislativo para homenagens do tipo.
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Entenda o caso
No último dia 7 de outubro, o plenário da Câmara aprovou uma moção de congratulações para a médica Lucy Kerr, defensora da ivermectina, que faz parte do chamado “tratamento precoce”, que não tem eficácia comprovada contra a covid-19.
A homenagem foi proposta pelo vereador André Rodini (Novo) e recebeu 13 votos favoráveis. Acontece, que a votação aconteceu de forma englobada, mecanismo adotado pela Câmara Municipal para acelerar o ritmo das votações de requerimentos e indicações, que acontece às dezenas a cada sessão.
O vereador disse no requerimento de homenagem que a médica é uma das lideranças de um movimento que estuda a medicação no combate à covid-19, sem citar a defesa pela ivermectina.
Mudança
Um dos votos que “aprovaram” a moção foi do vereador Marcos Papa (CID). Procurado pela coluna, o vereador afirma que estudos reconhecem a ineficácia contra o medicamento, “que combate vermes, não vírus”, disse.
Na última semana, o parlamentar protocolou projeto no legislativo para mudança do regimento interno que prevê que requerimentos de moções de congratulações, pesar e repúdio e votos de louvor sejam votados em separado.
A proposta também prevê que a mudança também seja válida para convocações de autoridades, como secretários e chefes de autarquias, o que geralmente já ocorre normalmente a pedido dos parlamentares.
Justificativa
Na justificativa do projeto, Papa afirma que “é uma medida necessária já que o conteúdo destes requerimentos se destoa dos pedidos de informação”, o que necessitaria de uma análise mais profunda, de acordo com o projeto. A propositura ainda precisa ser analisada pelo Legislativo.
Além disso
No dia da sessão, ao perceber de quem se tratava a pessoa homenageada pela moção, a vereadora Duda Hidalgo (PT) pediu para que fosse registrado voto contrária na pauta de requerimentos e indicações, mas como a votação já havia sido encerrada pela Mesa Diretora, o pedido foi registrado em ata. O mesmo pedido de registro de voto contrário foi solicitado pela vereadora Judeti Zilli (PT).