No próximo dia 1º de setembro, a Operação Sevandija, que revelou um dos maiores esquemas de corrupção da história de Ribeirão Preto, completa seis anos desde sua deflagração.
Desde então, foram ajuizadas 12 ações na Justiça de Ribeirão Preto contra 49 pessoas denunciadas, que foram investigadas pela Polícia Federal e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MP-SP (Ministério Público de São Paulo).
Na última semana, o promotor Frederico Francis Mellone, que atua no caso, divulgou um balanço sobre os resultados da operação.
Condenações
Dos 12 processos instaurados, seis já foram julgados pela 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, onde tramita o caso. Sendo que duas ações, já tiveram as condenações confirmadas pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).
Uma delas é referente ao esquema dos honorários advocatícios, que sentenciou a ex-prefeita Dárcy Vera a 26 anos de prisão – é válido lembrar que a defesa de Dárcy sempre negou o envolvimento nos esquemas denunciados pela promotoria.
‘O nosso tempo é diferente do tempo dos tribunais superiores. Mas quando analisadas no mérito, as denúncias são chanceladas. São processos complexos, é natural que demore este tempo’, afirma o promotor.
Mais de 500 anos
No total das condenações desses seis processos, as sentenças proferidas contra os acusados pela Justiça somam 510 anos de prisão. Além disso, foi determinado o confisco dos bens bloqueados, 120 imóveis, 200 veículos bloqueados, e R$ 71 milhões em acordos de colaboração, que foram transferidos aos cofres públicos.
Mas…
Mesmo com mais de meio milênio entre as condenações impostas pela Justiça e 49 denunciados, apenas um réu segue preso. É o caso do advogado Sandro Rovani, que no final de julho sobre a quarta condenação na Sevandija – as condenações somam 67 anos.
Desde 2017, ele está preso na Penitenciária de Tremembé. Na ocasião, a defesa de Sandro informou que aguardava resultado de um recurso protocolado em terceira instância, em Brasília.
‘Você não pode medir o sucesso de uma operação pela quantidade de pessoas presas. No começo havia muitas pessoas presas, mas hoje está muito mais maduro pela quantidade de provas, do que no início da operação’, afirma Frederico.
