Após 6 anos da deflagração da Operação Sevandija em Ribeirão Preto, apenas um réu segue preso pelas denúncias do Gaeco (Grupo de Atenção Especial de Combate ao Crime Organizado) do MP-SP (Ministério Público de São Paulo). Trata-se do advogado Sandro Rovani, que está detido na penitenciária de Tremembé há 5 anos.
O advogado está preso em razão de condenação em um processo de lavagem de dinheiro. Sandro já recebeu quatro condenações na Sevandija, a mais recente no último mês de julho, sentenciado a 27 anos de reclusão em regime fechado. Além disso, ele foi condenado a devolver R$ 4,2 milhões aos cofres públicos.
Se somadas, as quatro condenações contra Rovani chegam a 67 anos de prisão. A acusação inicial é de participação em um esquema que, segundo a promotoria, desviou cerca de R$ 40 milhões da Prefeitura de Ribeirão Preto por meio de acordos com o Sindicato dos Servidores Municipais.
STJ anula processos com escutas telefônicas da Operação Sevandija
Ribeirão: Justiça nega pedido de prisão de suspeito de mandar matar pai e irmão
Porém, a situação pode mudar, já que na última terça-feira (20), o STJ (Superior Tribunal de Justiça) anulou as escutas telefônicas utilizadas nos processos da Sevandija, após o acolhimento de recurso do ex-secretário Marco Antonio dos Santos, que alega que as interceptações teriam sido realizadas sem justificativa.
Com isso, os processos provenientes da operação devem ser analisados pelo juiz da 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, que deve analisar os efeitos da decisão e apontar quais são as provas que tiveram origem nas interceptações para que elas sejam anuladas.
De acordo com o advogado Júlio Mossin, que representa Sandro Rovani, o processo ainda está em tramite de São Paulo para Brasília. “Estou aguardando chegar a Brasília, para eu fazer o pedido de soltura dele. Então tenho que esperar a publicação do acórdão do RHC [recurso]”, disse.