A entrada da Primavera, período predominantemente mais quente e úmido do ano, acende um alerta em relação ao aparecimento de escorpiões e, consequentemente, possíveis acidentes provocados pela picada do aracnídeo.
Em entrevista à rádio CBN Ribeirão, a bióloga Roberta Azevedo, do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) do município, explica que na Primavera e Verão, os escorpiões são mais ativos e costumam sair dos abrigos. Eles vivem em ambientes úmidos, escuros e de pouca movimentação.
“Então eles ficam abrigados em esgotos, caixa de gordura, pilha de material de construção, pilha de entulho, todos esses materiais são favoráveis ao aparecimento de escorpião, então é isso que temos que evitar nas nossas residências”, disse.
Acidentes
De acordo com dados da Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto foram registrados cerca de 1.300 acidentes nos primeiros nove meses de 2022 na cidade. Nos últimos anos, também houve quatro mortes – todas de crianças.
“Crianças é o grupo de risco principal e pode vir a óbito, então é primordial evitar que essas crianças tenham acesso a terrenos baldios, que brinquem em acúmulo de madeira, material de construção. É sempre importante também vistoriar brinquedos, roupas, mochilas”, comenta a bióloga.
Prevenção
Segundo a bióloga, os moradores devem se precaver verificando todos os buracos e frestas que podem servir de entrada dos escorpiões em casa.
É aconselhável o uso de vedação nas portas com rodinho de soleira e telas nos ralos, além de atenção redobrada com roupas e sapatos jogados no chão e também com as roupas de cama.
Escorpião picou. E agora?
Em casos de acidentes, a recomendação é procurar uma unidade de saúde o mais rápido possível para que a equipe médica faça uma avaliação e, caso seja necessário, será aplicado o antiveneno.
Segundo o Ministério da Saúde, os riscos aumentam dependendo da quantidade de veneno injetado. Os casos leves, no entanto, representam cerca de 87% do total de acidentes.
Segundo a Pasta, o soro antiescorpiônico é disponibilizado apenas nos hospitais de referência do Sistema Único de Saúde (SUS).
Origem
Os escorpiões existem há mais de 450 milhões de anos, por isso são bichos resistentes e bem adaptados à natureza. Embora perigosos ao seres humanos, eles ajudam no equilíbrio ecológico, pois se alimentam de pequenos insetos – barata é a comida favorita.
De acordo com o Instituto Butantan, existem no mundo cerca de 2.200 espécies de escorpiões. O Tityus serrulatus – escorpião amarelo e de tronco mais escuro –, é uma das espécies mais perigosas aqui no Brasil e tem uma média de quatro a cinco anos de vida na natureza.
