O Conselho de Pesquisa da UFSCar lançou carta pública demonstrando “extrema preocupação” diante dos cortes orçamentários que “têm sido impostos” à pesquisa. O colegiado aponta para o “desmonte da infraestrutura de ciência, tecnologia e inovação por parte do governo federal.
De acordo com o conselho, em 2021, os recursos da Capes foram reduzidos em 72%. O CNPq, que tinha orçamento equivalente a atuais R$ 4 bilhões em 2014, recebeu R$ 918 milhões no ano passado.
O documento descreve, ainda, que “após sucessivos ataques ao longo de 2022”, as universidades federais e comunidades científicas “foram surpreendidas” com “novo corte de R$ 600 milhões que afeta drasticamente programas de fomento a projetos de implantação, recuperação e modernização da infraestrutura de pesquisa das instituições públicas”.
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O colegiado manifestou “extrema preocupação diante dos cortes orçamentários que têm sido impostos à pesquisa”, o que, segundo os cientistas, priva o país de “condições mínimas para a produção de conhecimento em todos os campos do saber”.
“A situação anuncia não apenas o desmonte da infraestrutura de CT&I no Brasil, como também o desestímulo a jovens pesquisadores ao ingresso na carreira acadêmica e a incontornável fuga de cérebros para outros países. Anuncia, ainda, uma regressão sem precedentes nos avanços acumulados na década anterior, com consequências danosas ao progresso da ciência e ao desenvolvimento econômico e social do país”, lamenta.
O Conselho de Pesquisa reivindica a “reversão desta trajetória de desmantelamento do conhecimento e coloca-se firmemente em defesa da ciência”.
Cortes na UFSCar
Os cortes que tinham sido anunciados pelo Ministério da Educação – já revertidos na semana passada – causariam novo rombo de R$ 2 milhões no orçamento da Federal de São Carlos.
Caso tivesse sido mantido, a universidade totalizaria R$ 6,7 milhões em cortes neste ano. A receita, que já tinha sido cortada de R$ 41 milhões para R$ 36 milhões cairia a R$ 34 milhões neste ano.