A Polícia Civil de Pirassununga indiciou uma professora e duas auxiliares da Creche Municipal Nedy de Oliveira após áudios gravados constatarem maus-tratos praticados contra uma menina diagnosticada com autismo em nível três.
A denúncia das agressões aconteceu em maio de 2022, mas o indiciamento foi feito nos dias 3 e 10 de março deste ano, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Após o indiciamento da professora Rosangela Izete Berto de Oliveira e das auxiliares Carla Fernanda Carvalho e Isabel Cristina da Silva, o inquérito foi encaminhado ao poder judiciário no último dia 20 de março.
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A Prefeitura de Pirassununga informou que as três profissionais foram afastadas de seus cargos e que estão sendo investigadas por um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), além do processo criminal.
A administração municipal informou que elas seguirão afastadas até que a investigação seja encerrada e que, até lá, não há como puni-las pelo caso.
Maus-tratos
A mãe da menina, que à época tinha apenas 2 anos, desconfiou das agressões devido ao comportamento da filha ao chegar ou sair da creche e decidiu colocar um gravador na mochila da criança.
O dispositivo ficou ativado por cerca de 7 horas e gravou o tratamento das profissionais com a menina. No áudio, é possível identificar que as mulheres repetiam que a criança ficaria trancada no banheiro novamente por não parar de chorar, supondo que a menina já havia sido trancada em outras situações.
Na gravação, também é possível ouvir risadas das profissionais, barulhos de portas batendo e de socos em armários, além de frases como “vou pegar ela”.
A partir da gravação, a mãe da criança foi até a polícia e registrou um boletim de ocorrência contra as profissionais e o caso passou a ser investigado pela Polícia Civil.
“Decidimos colocar um gravador, pelo menos a gente vai conseguir ouvir o que está sendo falado. A gente achava que estava tendo maus-tratos, mas de gritarem com ela. Na hora que a gente escuta o áudio é um absurdo, é muito desumano, é coisa que não dá para acreditar que fizeram com uma criança (…) Só quero justiça pelo que aconteceu”, afirmou a mãe da menina.
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