Após a Justiça indeferir a liminar que pedia a suspensão do retorno de aulas presenciais na rede estadual, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) informou que vai recorrer da decisão por acreditar que a volta das atividades é um risco para os profissionais da educação e para os estudantes.
O indeferimento da ação foi divulgado nesta semana. Na decisão, o juiz José Gomes Jardim Neto afirma que “não há na documentação a ela acostada sequer um parecer de um epidemiologista, infectologista ou profissional adequadamente qualificado opondo-se ao plano de volta às aulas”.
Apesar da decisão contrária, o sindicato diz que vai recorrer. Segundo o conselheiro da Apeoesp na região de São Carlos (SP), Ronaldo Mota, a categoria está unida para discutir o retorno apenas quando houver segurança aos alunos e profissionais do setor educacional.
“A Apeoesp pretende entrar com recurso no Supremo, mas o principal é que iremos debater e desenvolver uma campanha não só junto a comunidade escolar, nós professores e agentes da educação de modo geral, mas a ideia que está sendo desenvolvida com várias entidades e movimentos sociais é desenvolver uma campanha nacional em defesa da vacina”, disse.
Segundo Mota, os profissionais querem retomar o trabalho presencial, mas entendem que há prioridades antes da definição de uma data para o retorno. Profissionais da educação não estão incluídos nos grupos prioritários a serem vacinados.
“O que estamos propondo é que evidentemente todos os professores querem voltar as aulas presenciais porque achamos que de fato é importante, porém queremos ter a segurança de que as vidas estão garantidas, e sem a vacinação isso não está garantido e não vai ocorrer. Se de fato o grupo prioritário da vacinação neste momento, os idosos com mais de 70, é uma preocupação, há de considerar que você ter crianças e adolescentes que vivem inclusive com esses idosos é uma medida contraditória”, explicou o conselheiro da Apeoesp.
Vacinação x prioridades
O Governo do Estado confirmou o retorno das aulas presenciais com limites de presença em cada unidade com base nas fases do Plano São Paulo: 35% para fases vermelha e laranja; 70% para fase amarela e abertura total para fase verde.
Em coletiva de imprensa na quarta-feira (13), o secretário da Educação, Rossieli Soares, comentou sobre os profissionais do setor educacional também serem prioridade na vacinação, mas disse que a decisão do governo nacional de não providenciar ou desenvolver um plano de vacinação prejudicou a situação por limitar a quantidade de vacinas disponíveis.
“A gente defende sim que a vacina para os professores seja uma prioridade, mas se eu tenho menos vacinas, tenho que começar por aqueles que são mais atingidos. Nós paramos as escolas porque levaria risco às pessoas com mais de 60 anos, e são essas que estão falecendo, ou seja, são elas que precisam receber. Os professores são prioridade para logo após que esses grupos que são de maior risco também serem contemplados, assim como outras funções que são essenciais. Assim que tivermos condições, haverá prioridades para os professores”, disse.