- Publicidade -
CotidianoApós flagra de descarte irregular, Prefeitura estuda novas sanções à São Carlos Ambiental

Após flagra de descarte irregular, Prefeitura estuda novas sanções à São Carlos Ambiental

Depósito de entulho de construção civil em aterro inativo foi motivo de reprimenda do TCE; em paralelo, processo judicial terá fiscalização pericial em aterro

- Publicidade -

Fiscalização do TCE encontrou irregularidades em aterro desativado. (Foto: Divulgação/TCE)

ATUALIZADA ÀS 18H40 
Após reprimenda do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e uma relação já desgastada na Justiça por cobrança de multas, a Prefeitura de São Carlos estuda novos caminhos legais para pressionar a São Carlos Ambiental a encerrar as irregularidades. Uma eventual finalização do contrato com a empresa entrou em pauta, segundo fontes familiarizadas ao assunto.

- Publicidade -

No início do mês passado, em uma ação de fiscalização ordenada, auditores do TCE flagraram descarte irregular de resíduos da construção civil no aterro do município desativado. A administração e fiscalização do local é de responsabilidade da São Carlos Ambiental.

Em despacho remetido no último dia 25, o conselheiro Edgard Camargo Rodrigues, do TCE, cobrou a Prefeitura pelas irregularidades encontradas no visita ao município e determinou a adoção de “medidas saneadoras”. Foi aberto prazo para a defesa. Também foram apontados pela Corte de Contas o não processamento do lixo antes do aterro, permissão de pontos de descarte irregulares em áreas do município e falta de publicidade acerca dos horários e dias de coleta.

O flagrante do Tribunal de Contas ajudou a azedar ainda mais as relações entre a administração municipal e a São Carlos Ambiental. Outro fator de desgaste, um processo que tramita na Vara da Fazenda Pública em que a empresa pede que a Prefeitura suste quase R$ 66 milhões em multa, vai ganhar novo capítulo nesta quarta-feira (13), às 13 horas. Foi determinada pela juíza Gabriela Muller Carioba Attanasio a inspeção pericial do aterro sanitário de São Carlos, principal ponto de reclamação da gestão local.

O processo data de março do ano passado, após a Prefeitura aplicar multa de R$ 65,6 milhões por descumprimento de contrato. Na petição, a empresa alegou ser “injusta” a sanção imposta, uma vez “que presta os serviços com excelência, tanto que a sanção que injustamente lhe foi imposta diz respeito a questões outras, que não o serviço em si”. A companhia classificou como arbitrária a sanção que chamou de “perseguição política”.

Nos autos, a São Carlos Ambiental alegou que passa por quadro de desequilíbrio financeiro e “que vem se deteriorando de forma contínua, comprometendo sua capacidade de arcar com suas obrigações no curto, médio e longo prazos, tanto que tem tentado resolver a questão de forma amigável, na esfera administrativa e judicial”.

- Publicidade -

Em contrapartida, o município justificou haver “graves inadimplementos [descumprimentos] contratuais e que não pode ser impedido de apurar as irregularidades”.  

Flagrante de depósito irregular em aterro desativado ocorreu no começo do mês passado. (Foto: Divulgação/TCE)

O que diz a São Carlos Ambiental

Em nota, a São Carlos Ambiental afirmou que “não executa qualquer operação no aterro Guaporé, apenas realiza a vigilância e monitoramento do aterro encerrado/inativo, conforme prevê o contrato mantido com a Prefeitura”.

“Em relação à situação do Aterro Municipal Fazenda Guaporé, informamos que a área utilizada para transbordo de materiais volumosos (madeiras e restos de poda) é operada exclusivamente pela Prefeitura Municipal de São Carlos”, completa.

A empresa disse ainda já ter comunicado à Prefeitura e à Cetesb sobre a necessidade de adequação do local utilizado para transbordo, “visando o atendimento às melhores práticas ambientais”. “Esclarecemos que a Cetesb visita periodicamente o Guaporé, e envia seus relatórios e autos de vistoria diretamente para a Prefeitura, assim como foi feito na recente inspeção realizada pelo Tribunal de Contas do Estado”.  

O que diz a Prefeitura
A administração municipal não comentou o assunto após ser procurada pela reportagem do acidade on São Carlos.

Contrato desde 2010
O processo de contratação da empresa de coleta e operação de aterro começou em 2008, quando uma concorrência pública foi aberta. Em 2010, o acordo de Parceria Público-Privada (PPP) entre empresa e administração foi firmado. Cabe à São Carlos Ambiental a coleta de lixo domiciliar, de resíduos de saúde e seu tratamento e operação do aterro sanitário de São Carlos. Segundo relatório do TCE, o município produz diariamente 200 toneladas de lixo.

O contrato rende à empresa R$ 1,56 milhão mensais pela coleta de resíduos sólidos e operação de aterro. Pelos resíduos de saúde são remunerados R$ 37,5 mil para a coleta e R$ 89,7 mil pelo tratamento. 
 
Com capacidade de 346 toneladas diárias, o aterro sanitário de São Carlos foi inaugurado em 2013. A vida útil do local é de 22 anos ou quando completar os 2,22 milhões de toneladas de lixo.

- Publicidade -
Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
Notícias Relacionadas
- Publicidade -