O pequeno Lucas Daniel está internado na Santa Casa de São Carlos (SP) desde o nascimento, há dois meses, aguardando transferência para realizar uma cirurgia de emergência no coração. A família aponta abandono e pede por ajuda. Em nota, o Estado informou que “o quadro clínico do paciente inviabiliza a transferência no momento”.
Segundo o pai Claudemir Moreira, o filho nasceu prematuro com 6 meses e 20 dias em novembro e precisou ser internado imediatamente devido a um sopro no coração. Neste período, o filho precisou operar três vezes do intestino e respira com ajuda de aparelhos e remédios.
“Eles alegam que não tem vagas nos outros hospitais e que não tem especialidade para isso, mas já faz dois meses que ele está aguardando por uma vaga. Tentamos laudo médico, não sabemos mais o que fazer”, comentou.
A família relatou ainda falta de apoio e diz que tentou buscar ajuda na Justiça, com a prefeitura e até com vereadores, mas não recebeu retorno nenhum até o momento. “Estou cansado de tanta espera. Eu preciso de uma resposta pra salvar a vida do meu filho”, desabafou Claudemir.
Outro lado
A Santa Casa confirmou que o paciente foi transferido após seu nascimento e diagnosticado com uma doença cardíaca, porém informou que não é referência para cirurgias cardíacas infantis. Por isso, o bebê foi inserido na Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross) e o hospital aguarda liberação da vaga.
“A Santa Casa informa que durante todo o período de internação, tem oferecido o atendimento e os cuidados necessários para que o bebê aguarde pela vaga e consiga ser transferido com segurança”, diz a nota.
A Secretaria de Estado da Saúde, por sua vez, informou que o paciente está “recebendo assistência adequada para suas necessidades clínicas atuais, com tratamento específico e quadro clínico que inviabiliza a transferência no momento”.
“A transferência de um paciente não depende exclusivamente de disponibilidade de vagas, mas também de quadro clínico que permita o descolamento a outro serviço de saúde para sua própria segurança, sendo mantido sob monitoramento pela Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (CROSS)”, completou a pasta.
Já a prefeitura de São Carlos informou, em nota, que está acompanhando o caso, mas não é responsável pela cirurgia, já que toda cardiopatia pediátrica é regulada pelo CROSS. Após a cirurgia em outro município, a administração pode ajudar bancando o transporte dos pais da criança.