O clarão que ocorreu sobre São Carlos e região na noite de segunda-feira (19) despertou fascínio e especulações nas redes sociais. O assunto tem sido um dos mais comentados na internet nesta quarta-feira (20).
Inicialmente, suspeitou-se que fosse um meteoro, mas com base em novos vídeos compartilhados nas redes sociais, surgiu a possibilidade de o clarão ter sido causado por lixo espacial ao entrar na atmosfera terrestre.
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O professor Euclydes Marega Junior, do Instituto de Física de São Carlos, analisou a trajetória, luminosidade e cor do objeto voador que passou sobre a região central do Estado de São Paulo, e afirmou que há grandes chances de o clarão ter sido causado por lixo espacial.
A Terra está cercada por uma quantidade significativa de objetos, como fragmentos de foguetes lançados, satélites sem uso e outros dispositivos de monitoramento que, devido à ação da gravidade, podem adentrar a atmosfera terrestre.
“São dezenas de milhares de objetos que orbitam a Terra. Esses dispositivos têm um tempo de vida útil. Quando seu combustível acaba, eles inevitavelmente retornam à Terra”, explica o professor.
O ingresso na atmosfera terrestre ocorre de maneira violenta. A alta velocidade e a fricção gerada pelo ar praticamente incineram instantaneamente os objetos, resultando no clarão que observamos, seja ele um meteoro ou lixo espacial.
“Pelo ângulo observado, parece ser uma entrada não tão íngreme. Parece ser lixo espacial, como resíduos de foguetes ou satélites, que entrou em órbita”, relata o professor.
DESTINO DO OBJETO
Não se sabe ao certo onde o objeto que entrou na atmosfera foi parar, se é que ele realmente chegou a cair em algum lugar. Em algumas ocasiões, a combustão elimina qualquer vestígio do que causou o clarão.
Raramente são encontrados destroços. Os detritos espaciais, como restos de satélites ou foguetes, possuem características metálicas, enquanto os meteoritos (fragmentos de meteoros) apresentam uma aparência de pedra escura.
Caso alguém encontre destroços, é recomendado relatar o ocorrido a um observatório astronômico ou a um astrônomo amador, conforme orienta o professor do IFSC.
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