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CotidianoCom cortes, UFSCar corre o risco de paralisar as atividades, afirma reitora

Com cortes, UFSCar corre o risco de paralisar as atividades, afirma reitora

Com orçamento cortado e contingenciamento do Ministério da Economia, universidade negocia fatiamento de pagamentos a fornecedores e pede recomposição ao governo federal

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Corte no orçamento e contingenciamento de recursos prejudicam universidades. Foto: Divulgação / UFSCar

A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) pode paralisar as atividades por conta da redução do orçamento e bloqueio de verbas federais. A revelação foi feita pela reitora Ana Beatriz de Oliveira.

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Segundo a gestora, a redução orçamentária imposta à UFSCar por Brasília é de 21%. O percentual é superior aos 18,16% na média das outras universidades federais.

A queda do orçamento deixa o planejamento com margem apertada nos gastos discricionários, ou seja, aqueles que podem ou não ser executados, mas ainda assim importantes. Contas de água, luz e serviços terceirizados, além de compra de materiais e manutenção de equipamentos.

“Não consigo falar de áreas mais prejudicadas, porque esse orçamento é discricionário. São recursos que usamos para manter o funcionamento da universidade”, comenta.

Os cortes no orçamento anual das universidades federais acontecem desde ao menos 2015, de acordo com a reitora. Desde então, o aperto nas contas tem feito com que reitores ajustem as atividades para manter dentro do dinheiro disponibilizado pelo governo federal.

“O fato é que chegamos ao ponto de não conseguirmos fazer nenhum enxugamento. Se não tivermos nenhuma recomposição do orçamento há um risco de suspensão de atividades.

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Além do corte no orçamento, o que impede um planejamento de maior prazo, há ainda o corte no recurso disponibilizado na conta da universidade. O dinheiro, depositado para o pagamento de serviços e compras já realizados, chega incompleto.

“Estamos trabalhando dia a dia com o cenário que nos é colocado. Na sexta-feira (14), houve liberação do orçamento pelo Ministério da Economia, do orçamento já previsto, mas claro que não é suficiente.”

Para manter as atividades, com todos os serviços em dia, são realizadas negociações com prestadores de serviços para o fatiamento dos pagamentos.

“Não estamos trabalhando para paralisar as atividades. É importante que isso fique claro. Estamos trabalhando para recompor o orçamento e manter a universidade viável”, diz.

Na luta pela recomposição, Ana Beatriz revela que as universidades federais têm trabalhado em diferentes frentes. Entre elas, conversas com ministérios e parlamentares. A bancada paulista no Congresso Federal foi procurada para ajudar na liberação de mais verbas.

“Fomos bem recebidos por todos parlamentares, houve grande participação e contamos com apoio (deles) para sensibilização do Executivo no encaminhamento de projeto de lei de orçamento suplementar de R$ 1 bilhão que vai possibilitar e manter viável todas as universidades e institutos federais no ano de 2021”, relata.

O pedido de suplementação de R$ 1 bilhão reporia o corte feito pelo próprio governo federal para este ano. No projeto do Orçamento da União sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), R$ 1 bilhão foram riscados das contas federais. Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino (Andifes), o corte deste ano se somou ao contingenciamento de 30% aplicado no ano passado.

“Em relação ao orçamento de 2022, as discussões começam agora. Estamos com movimentação neste sentido e pedimos outra reunião com a bancada paulista para falarmos sobre isso”, afirma.

Para o ano que vem, são esperados gastos extras por conta da expectativa de retomada das aulas presenciais, além de possíveis adaptações a serem aplicadas, em um contexto de pandemia. “Precisamos de um olhar especial ao orçamento.”

“Nenhum dirigente quer fechar as portas, vamos lutar para que isso ano aconteça, se vier a ser interrompida será por culpa de ações do Executivo, do governo e não dos dirigentes das instituições”, salienta.

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