Criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial do Combate ao Fumo ocorre em 31 de maio e tem como objetivo reforçar ações de conscientização da população e de seus governantes quanto aos danos sociais, políticos, econômicos e ambientais gerados pelo uso do tabaco.
Segundo o pneumologista Dr. Flávio Arbex, o tabagismo é uma doença causada pela dependência química da nicotina e oferecer tratamento aos que desejam parar de fumar é uma importante estratégia de controle contra inúmeras doenças resultantes desse vicio.
“A qualidade de vida melhora muito ao parar com os cigarros, de qualquer tipo, algo evidenciado principalmente pela recuperação da capacidade pulmonar”, disse.
Segundo a OMS, o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano, sendo 7 milhões de mortes o resultado do uso direto desse produto, enquanto cerca de 1,2 milhão são correspondentes aos chamados fumantes passivos. “Uma situação que torna o tabagismo a maior causa de morte evitável do mundo”, diz o pneumologista.
Outras consequências do fumo apontadas por Arbex são a redução da fertilidade; aumento de estresse e ansiedade; problemas cardiovasculares, como a hipertensão; doenças do trato respiratório, com destaque para bronquite, enfisema pulmonar, asma e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC); aneurismas cerebrais; úlceras gástricas; e maior risco de contrair catarata, osteoporose e trombose.
“Lembrando que além de todos esses problemas, o tabagismo ainda pode influenciar no surgimento de diversos tipos de câncer, com o de pulmão sendo o principal deles, tendo o cigarro como causador de 90% dos casos. Mulheres devem ter uma atenção redobrada, pois as neoplasias presentes no colo de útero e ovário constantemente são associadas ao uso regular de cigarro e álcool”, alerta o especialista.
Tratamento
Embora a forma de tratamento mais simplista seja parar de fumar, o tabagismo trata-se de um vício em que a superação envolve diversos âmbitos muito mais complexos. Assim, muitas vezes é preciso que o paciente busque um acompanhamento médico, psicológico e social.
Enquanto o psicólogo estará presente durante e depois do processo, auxiliando no entendimento das raízes do vício, na identificação dos problemas e no suporte emocional para que as mudanças ocorram, o médico será responsável por administrar os remédios necessários a cada paciente, geralmente oferecendo soluções que auxiliem na diminuição de sintomas de ansiedade, comuns durante o processo de parar de fumar.
“Alguns casos também podem fazer uso dos tão conhecidos adesivos e gomas de nicotina, dispositivos usados para controlar as fissuras e necessidades do tabaco, mas sem ceder a nenhum tipo de cigarro”, explica Arbex.
O fator social do problema muitas vezes é o mais difícil, com o fumante precisando da ajuda de amigos e familiares e evitando ao máximo os lugares em que outras pessoas fumam ou que possam remeter ao consumo do tabaco, como bares e baladas.
“Vale ainda destacar que quaisquer medicamentos utilizados na luta contra o tabagismo devem ser temporários e funcionar apenas como um auxílio durante o tratamento. A junção de todos os aspectos no combate ao cigarro é sempre a forma mais eficaz de abandonar o vício”, completou o médico.