A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) está investigando a realização de “tribunais do crime” e ocultação de cadáver em São Carlos. Policiais civis estão buscando pistas de criminosos, inclusive com a busca de corpo de desaparecido no mês de janeiro.
Na segunda-feira (27), policiais civis realizaram buscas de um corpo ocultado em área rural entre São Carlos e Ribeirão Bonito. A ação contou com o apoio de agentes e cães farejadores do Grupo de Operações Especiais (GOE) de Franco da Rocha, Corpo de Bombeiros e Prefeitura, que emprestou trator para a remoção de solo.
Segundo o delegado Gilberto de Aquino, titular da DIG, afirmou que a investigação busca o paradeiro de uma pessoa que desapareceu no início do ano. Há pelo menos 15 dias, informações mais substanciais sobre a suposta localização do corpo chegaram até os investigadores. No pano de fundo, a Polícia Civil coleta provas da ocorrência de outros crimes correlatos à realização de “tribunal do crime” na cidade.
“Neste caso específico há informações de que a pessoa teria sido acusada de pedofilia e que por esse motivo teria sido sentenciada a sua morte e depois levada para o local onde fizemos a operação na tentativa de encontrar o corpo”, relata.
O corpo não foi encontrado na operação de ontem, mas as buscas por informações continuam, de acordo com o delegado. “Sem o cadáver temos apenas a notícia do crime”.
Tribunal do crime
Ao longo de inquéritos conduzidos pela DIG, investigadores encontraram um “denominador comum” que liga alguns casos de assassinatos. É a suposta realização de “tribunais do crime” na cidade.
“Temos outros de homicídios ocorridos na cidade e nos dizem no decorrer de outras investigações que essas pessoas foram julgadas pelo tribunal do crime. Algumas delas teriam sido levadas para Ribeirão Preto, onde há uma liderança maior, e teriam sido sentenciadas à morte. Depois executaram esses crimes aqui, até em via pública”, comenta.
Segundo o delegado, um assassinato de uma jovem no CDHU e outro caso no Cidade Jardim estão com investigações em andamento. Aquino explica que entre as motivações para as “sentenças” estão ocorrências de subtração de drogas, desvio de valores e até “talaricagem”, termo que na gíria do crime designa o caso de homem que sai com mulher casada.
“Então todas essas circunstâncias acabam levando para o tribunal do crime e lá ocorre a sentença. Infelizmente estão sendo apontados esse modo de agir dessa facção criminosa que atua em São Carlos”, emenda.
Os próximos passos da Polícia Civil apontam para a continuidade das investigações, com “medidas de inteligência”, que incluem a oitiva de testemunhas que deem informações sobre paradeiro e autoria dos assassinatos. Com o “quebra-cabeça” completo, o delegado planeja buscar na Justiça a prisão dos suspeitos.