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CotidianoEmbrapa de São Carlos desenvolve novo fertilizante sustentável

Embrapa de São Carlos desenvolve novo fertilizante sustentável

Composto tem liberação controlada à medida que a planta se desenvolve; matérias-primas têm origem em compostos reaproveitados

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Pesquisa testou novo fertilizante em soja. (Foto: CNA/ Wenderson Araujo/ Trilux)

Uma pesquisa conduzida pela Embrapa Instrumentação, de São Carlos, desenvolveu um fertilizante inteligente e sustentável que tem liberação controlada de nutrientes para absorção da planta. O novo composto proporcionou à cultura maior crescimento, com mais folhas e raízes.

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O novo fertilizante traz consigo dois importantes macronutrientes: o fósforo e o enxofre. A fonte do primeiro composto é estruvita, oriunda de resíduos urbanos. Já o enxofre vem de rejeitos da indústria do petróleo.

O novo adubo é fruto de cooperação entre a Embrapa e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e o instituto alemão Forschungszentrum Jülich. 
 
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Os dois componentes, a estruvita e o polissulfeto são reunidos em um processo de vulcanização inversa.

Conduzido pela química industrial Stella Fortuna do Valle, como parte da pesquisa para obtenção do título de doutora em Química pela UFSCar, o estudo focou no desenvolvimento de um fertilizante em que a estrutura do enxofre elementar (S8) fosse mais acessível a microrganismos oxidantes por modificação química.

Dessa forma, criaram, então, uma nova matriz de fertilizante de liberação controlada contendo estruvita, para aumentar a funcionalidade do produto. “Os polissulfetos formados aumentaram a oxidação do enxofre, levando à liberação de sulfato superior em comparação ao enxofre elementar puro, gerando acidez local para solubilização do fósforo”, diz Stella.

Eficiência comprovada
A pesquisadora diz que as plantas que apresentaram maior desenvolvimento vegetativo, ou seja, tratamento à base de estruvita – também mostraram maior presença de raízes mais finas e distribuição mais homogênea em todo o volume do substrato.
Segundo ela, as raízes laterais são as que mais contribuem para a absorção de água e nutrientes pelas plantas, devido a sua atividade e capilaridade no solo.

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Em experimento conduzido em condições controladas de casa de vegetação na Alemanha, entre maio e junho de 2020, Stella observou que o comprimento total da raiz de soja ficou entre 200 e 400% maior para plantas sob compósitos estruvita-polissulfeto (St/PS), em comparação às raízes sob tratamento com superfosfato triplo e sulfato de amônio.

Os tratamentos contendo estruvita foram estatisticamente superiores à referência de adubos convencionais, atingindo mais do que o dobro da área foliar. “Enquanto o fosfato supertriplo com sulfato de amônio apresentou em média 30 folhas por planta, St/S8 e St /PS apresentaram cerca de 50 folhas”, analisa Stella. 
 
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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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