Considerada uma das “obras chave” para a resolução do problema das enchentes na Rotatória do Cristo, em São Carlos, o alargamento da ponte do Jardim Bandeirantes 2 iniciou a fase de preparação das ferragens. Outras intervenções, contudo, que também são fundamentais para extinguir as cheias estão aquém do esperado a cinco meses da temporada de cheias.
Segundo o secretário de Obras Públicas, João Batista Muller, o alargamento da ponte sobre o Córrego Monjolinho sofreu um atraso por causa da dependência de remoção de um poste para o início dos trabalhos. Com o serviço feito pela CPFL, os serviços começaram a ser realizados.
O investimento é de R$ 2,1 milhões, dinheiro vindo de convênio do governo do Estado. “Se nada acontecer de anormal”, disse Muller, a expectativa é que a obra fique pronta em novembro.
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“[A ponte] é a jusante da linha férrea e hoje ela tem uma medida muito pequena. Vamos fazer com 11 metros de largura por 21,7 m de comprimento, que é justamente para dar a vazão necessária para o volume de água”, explicou.
Todavia, mesmo com a expectativa da obra ficar pronta antes de dezembro, quando dá início a temporada de chuvas, a entrega da infraestrutura nova não garante que as cheias na Rotatória do Cristo acabem.
Além da ponte que está sob intervenção, a passagem da linha férrea sobre o Monjolinho costuma represar a água em dias de chuva forte. Este problema é motivo de contenda entre o Ministério Público Federal e a concessionária Rumo que se arrasta na Justiça Federal. Os procuradores da República pedem que a empresa seja obrigada a realizar os trabalhos, hipótese refutada pelo outro lado. A resolução do impasse é aguardada pelo município.
“A nossa expectativa é que vença essa demanda, porque é uma obra de aproximadamente R$ 15 milhões que certamente o município não tem condições de executar”, comentou.
Transbordamento do Mineirinho
Uma terceira intervenção na região da rotatória corre o risco de atrasar ou até mesmo ficar sem verba do governo do Estado.
A conexão entre o córrego do Mineirinho e o Monjolinho é motivo de dor de cabeça quando chove forte na região do Grande Santa Felícia. Construída há anos, a infraestrutura não consegue dar vazão ao alto volume de água e transporta em temporais.
Como resultado, parte da rotatória é frequentemente interditada, fechando um dos principais dispositivos viários de São Carlos.
Uma obra que deveria resolver o problema depende de aval do governo do Estado para continuar. Durante os primeiros dias de intervenção, os engenheiros descobriram a necessidade de uma adaptação do projeto original. Como o contrato já está assinado e São Paulo pagará as contas a Prefeitura de São Carlos depende de autorização para dar andamento à construção da nova passagem de água, conforme Muller. A obra está orçada em pouco mais de R$ 1 milhão.
“Alteramos o projeto e encaminhamos à Secretaria de Desenvolvimento Regional e estamos aguardando para ver se é possível aproveitar o objeto daquilo que já foi licitado com pequenas alterações. Aumentou um pouco o valor da obra, mas estamos confiantes que teremos autorização do governo do Estado para fazer o convênio”, conclui.
O que diz a Rumo
Em nota, a Rumo afirmou que “não se contrapõe a projetos que possam contribuir para o desenvolvimento da região, desde que, consideradas as devidas responsabilidade pelas causas das inundações, respeitem as diretrizes da resolução 2695/2008, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)”.
A empresa ressaltou que o Tribunal Regional Federal “suspendeu os efeitos da sentença que havia determinado a realização de obras sem a efetiva análise das causas das inundações”. “Tal análise deveria balizar eventuais obras no local”.
Para a Rumo, “os problemas de alagamento na região são decorrentes do crescimento urbano, do adensamento populacional e a consequente impermeabilização do solo no município nos últimos anos”.
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