A Secretaria de Saúde do Estado realiza entre os dias 9 e 14 de agosto a Semana Estadual de Prevenção e Controle de Leishmaniose Visceral, doença grave que afeta animais e pessoas. Até o momento não houve registro de ocorrência na área urbana de São Carlos (SP).
A finalidade da semana é o desenvolvimento de ações educativas visando a sensibilização da população sobre a transmissão da doença, manejo ambiental para controle do vetor, e a guarda responsável dos animais de estimação.
A Leishmaniose Visceral é causada pelo protozoário do gênero Leishmania sp. e transmitida pelo inseto vetor flebotomíneo, conhecido como mosquito-palha (Lutzomyia longipalpis). A fêmea do mosquito palha (L. longipalpis) se infecta ao picar um cão doente contaminado com o protozoário e passa a transmití-lo a outros cães e seres humanos nas próximas picadas.
Os vetores são insetos pequenos, com 2 a 3 milímetros, e costumam picar ao entardecer e à noite. Desenvolvem-se em locais úmidos e sombreados com acúmulo de matéria orgânica (folhas, frutos, lixo orgânico em apodrecimento, galinheiros).
Em humanos a LV é uma doença crônica, sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, fraqueza e perda de energia, anemia, aumento de baço e fígado. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos.
No cão, principal reservatório e fonte de infecção no meio urbano, a doença caracteriza-se por febre irregular, apatia, emagrecimento progressivo, descamação e úlceras na pele (especialmente no focinho e nas orelhas), conjuntivite, paralisia das patas traseiras, fezes sanguinolentas e crescimento exagerado das unhas.
Na cidade
De acordo com as pesquisas entomológicas (busca pelo inseto vetor) realizadas pela Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), até o momento não houve o registro de ocorrência do inseto que transmite a LVA, na área urbana da cidade.
“Portanto, é muito importante a conscientização da população para que mantenham os quintais devidamente limpos, livre de galinheiros e pocilgas, podando árvores e removendo resíduos de capina e folhagens, eliminando os ambientes favoráveis à existência do inseto, mantendo nosso município livre da transmissão local desta grave doença”, alerta Luciana Marchetti, médica veterinária, supervisora da Unidade de Controle de Zoonoses e Endemias.
Apesar de grave, a Leishmaniose Visceral tem tratamento para seres humanos, sendo totalmente gratuito na rede SUS. Para animais, existe apenas um medicamento devidamente registrado no Ministério da Agricultura, consistindo em um tratamento caro, e ainda não há comprovação científica de que o cão fique livre do parasita.
À menor suspeita de que o cão possa estar doente, deve ser levado ao Médico Veterinário, pois a leishmaniose causa muito sofrimento aos animais acometidos e sem o tratamento adequado, a morte ocorre rapidamente. Além de levar ao médico veterinário para o correto diagnóstico, o cão deve usar a coleira repelente de insetos, sendo a principal medida preventiva comprovadamente eficaz.
O exame em cães suspeitos pode ser realizado no município de forma gratuita através da Unidade de Controle de Zoonoses e Endemias, que encaminha o material para análise ao Laboratório Instituto Adolfo Lutz. Outras informações podem ser obtidas através do telefone (16) 3307-7405.