Duas estudantes de São Carlos se juntaram com alunas de outras cidades ficaram em primeiro lugar no projeto Technovation Summer School For Girls, da Universidade de São Paulo (USP), com a criação de um aplicativo para ajudar adolescentes em relação à saúde mental.
O programa feito em cerca de três meses foi intitulado “Sawabona”, cumprimento de uma tribo africana que significa “Eu te respeito, eu te respeito, eu te valorizo, você é importante para mim”.
O objetivo é ser um companheiro para os jovens que estão passando por momentos difíceis. “Na pandemia a gente teve um aumento muito grande de casos de suicídio, principalmente, e também dos jovens que enfrentam problema com a saúde mental, então a gente achou algo muito importante de ser tratado, ainda mais que é algo que acontece com a nossa própria faixa etária”, disse Adrielly Inocêncio.
No app, o jovem pode falar sobre seus sentimentos, dizer como está seu humor e até desabafar, mas não se trata só de um passatempo. As estudantes Adrielly e Rebeca de Oliveira também pensaram em um espaço para oferecer consultas com psicólogos.
“Eles também vão ter acesso a alguns conteúdos que os profissionais vão disponibilizar nesse aplicativo, então vídeos falando sobre ansiedade, depressão, alguma coisa assim, e também quem sabe oferecer ali para marcar uma consulta, algo nesse sentido”, explicou Rebeca.
A estudante Catarina Scabello é de Guarulhos e também faz parte da equipe vencedora. “Tem o objetivo de ajudar os jovens fornecendo um suporte para saúde mental por meio de um ambiente inteiramente pensado para que eles se sentissem escutados, acolhidos e seguros”, disse.
Além de ajudar os jovens, as estudantes também acreditam que podem vencer preconceitos envolvendo a tecnologia. “Esses projetos são feitos para mostrar que as mulheres tem tanta capacidade quanto os homens, e que a gente não está tentando ser superior, a gente quer se igualar na sociedade e ajudando o próximo”, comentou Adrielly.
Sobre o programa
Além do aplicativo das meninas, mais onze projetos participaram da competição organizada pela USP, que contou com 70 garotas de todo o país. O objetivo é estimular a participação feminina no mundo da tecnologia. Para a professora do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC-USP), Kalinka Castelo Branco, é importante incentivar o ingresso das meninas nessa área.
“Na verdade, como a gente tem poucas mulheres atualmente na área de tecnologia, na área de exatas, é muito importante projetos desse tipo que permitam as meninas vivenciarem a tecnologia e fazerem uso de todo esse arsenal, empoderando-as de modo que elas possa entender que elas conseguem não só fazer o uso da tecnologia, mas também desenvolvê-la. Elas podem, elas fazem bonito e elas têm competência para fazer aquilo que quiserem”, explicou.
As estudantes ganharam um tablete e um curso de computação e agora vão disputar a etapa internacional da competição.
*Com informações da EPTV Central.