Uma família de Araras registrou um boletim de ocorrência após policiais civis invadirem um sítio na área rural “por engano” na segunda-feira (29). Durante a ação, a casa ficou revirada, os moradores – incluindo crianças – foram intimidados e alguns móveis ficaram destruídos.
De acordo com o lavrador Genivaldo de Jesus, o caso aconteceu ontem, quando os policiais chegaram armados, em várias viaturas, ordenando que colocassem a mão na cabeça e anunciando que era um cumprimento de um mandado de busca e apreensão de drogas e armas.
“Eu falei que não estava entendendo e falei ‘acho que vocês estão no lugar errado’, eles falaram ‘cala a boca’ e minha mulher já veio para fora, minhas crianças tudo chorando. Eles colocaram todos em fileirinha e me encurralaram lá dentro para dizer onde estava droga e arma, apontando a arma para a gente”, contou.
O lavrador conta que eles invadiram a casa sem apresentar nenhum documento oficial e reviraram todos os cômodos. “Já foram entrando na casa, quebrou caixa de som, os móveis da minha família. Depois pegaram a inchada e ficaram cavando o terreno procurando arma e droga”, relatou.
Após cerca de quatro horas sem encontrar nada, segundo o relato da família, os policiais se questionaram se estavam no lugar certo. O mandado de busca e apreensão, no entanto, apresentava outro endereço.
“Um deles falou assim pra mim: será que eu vim no sítio errado? E eu disse: atrás do que vocês vieram, vocês vieram errado, porque aqui não vão achar. [Vi no documento] que era outro nome que não tem nada a ver comigo”, disse o trabalhador.
Constrangimento e humilhação
Ainda sem entender o que aconteceu, a família precisa lidar com os traumas e com os prejuízos que ficaram. O trabalhador relatou que os filhos choram e ficam perguntando toda hora se ele será preso.
Muita humilhação, muito medo de uma arma disparar, das crianças deixarem eles nervosos, deles baterem no meu marido e elas começarem a gritar. A gente quer saber o que aconteceu, por que isso.
Iranilza de Jesus, mãe das crianças e esposa de Genivaldo.
A SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) enviou a seguinte nota: “A Polícia Civil esclarece que foi instaurado uma Apuração Preliminar junto a 9º Corregedoria Auxiliar para apuração dos fatos”.