Antibióticos e remédios para tratamento de síndromes respiratórias e gripais começaram a faltar nas farmácias de São Carlos (SP) devido a grande procura por estes medicamentos durante a alta de casos de Covid-19 no início do ano, que levou à falta de matéria-prima.
“Devido à demanda muito alta fora de época, a indústria não estava preparada, então houve a falta desses medicamentos por problemas na importação”, afirmou a farmacêutica Daiane Martins.
Segundo as farmácias da cidade, a falta destes medicamentos começou há cinco meses. “A gente tem um problema desde dezembro que é a falta de antibióticos, principalmente os pediatras”, afirmou o gerente de farmácia Sebastião Garcia.
Busca na internet
A tosadora Cintia Pizzi teve que buscar ajuda na internet para conseguir um medicamento para o seu filho de um ano e três meses que pegou a síndrome mão-pé-boca, um tipo de virose que causa bolhas nestas partes do corpo.
“Nós precisamos de uma medicação para que ele pudesse conseguir comer e foi impossível encontrar nas farmácias de São Carlos e da região. A solução foi publicar o medicamento nas redes sociais e solicitar que alguma mãe que tivesse o medicamento aberto em casa dentro do prazo de validade, fizesse a venda para que eu pudesse ajudar meu filho”, afirmou.
Por conta da baixa do sistema imunológico causada pela virose, o filho de Cíntia ficou gripado e mais uma vez, a família não conseguiu o medicamento para inalação em São Carlos e foi buscar em Itirapina.
Crianças mais doentes
Normalmente, os casos de síndromes respiratórias aumentam no inverno, mas este ano começaram mais cedo devido à volta das crianças à vida normal, após dois anos de isolamento.
“Nos últimos dois anos as crianças ficaram em casa por causa da pandemia e não se expuseram a outros vírus respiratórios. A ideia era proteger as crianças da Covid e acabou protegendo de outras doenças também e elas não adquiriram imunidade e ao voltar à escola voltar a circular, elas acabam entraram com contato com esses vírus, acabam adoecendo e transmitindo para adultos e idosos”, explicou a infectologista Carolina Zenatti.