Neste domingo (19) a manhã foi de muito amor para as crianças que moram no bairro Cidade Aracy, em São Carlos (SP). Isso porque a mãe Lurdes Dias e a filha Italuana, se vestiram de Papai e Mamãe Noel, respectivamente, em uma ação de solidariedade que levou o espírito natalino para a população.
Em sua garagem, uma decoração simples e cheia de amor. A tão esperada poltrona vermelha, um pequeno presépio, doces e o caloroso abraço da família Noel. Do lado de fora, a ansiedade de avós, pais e filhos que esperavam o bom velhinho.
“Teve adulto que perdeu parentes na pandemia pedindo para trazer de volta, teve criança que me abraçou chorando. Foi muita emoção. Por trás daquela roupa, daquela barba, a gente também chora porque é uma coisa muito gratificante”, contou a moradora.
Lurdes conta que das crianças que foram até sua residência, nenhuma chegou a pedir presentes. Mas não foram só os pimpolhos que estavam presentes, tinha gente de todas as idades. “Só queriam um abraço e um beijo do Papai Noel”, completou.
Desta vez, foram montados 3 mil saquinhos com pipoca, pirulitos, balas, chicletes e um ingrediente pra lá de especial: o amor. O papai e a mamãe Noel, acompanhados de seus dois duendes, circularam as ruas do bairro distribuindo as lembrancinhas que adoçaram a manhã de todos.
“Foi tudo maravilhoso. Que emoção, que coisa mais linda que foi nosso evento, Deus foi muito bom com a gente até na parte do tempo. Não tem explicação. Eu posso perder o sono preocupada como vai ser, mas hoje ganhei o dia, foi só bênçãos”, desabafou.
De onde surgiu
De acordo com Lurdes, a ideia do evento surgiu após um momento de muita dificuldade vivido pela sua família. Seu marido foi diagnosticado com câncer e ela chegou a fazer campanha para arrecadar dinheiro para dar continuidade ao tratamento.
Ele foi atendido em outra cidade e venceu a doença. Mas a conquista maior estava na lição que o momento de dor deixaria para sua família. “Foi um momento de muita fé, e através do amor pude entender que a gente precisava levar o amor para as pessoas porque era o que a gente estava recebendo naquela época”, desabafou.
Foi diante dessa situação que a campanha criou vida. Em sua primeira edição, eram apenas quatro pessoas, investimento do próprio bolso e uma ação menor que a de atualmente, mas ainda assim com muita emoção.
“A gente passou por algumas ruas e vimos que as crianças enlouqueceram de alegria. Naquele momento eu pedi a Deus: que o Senhor me dê saúde e vida todos os anos para continuar, porque quero que a cada ano seja muito melhor”, contou.
E assim tem sido. Anos se passaram e o número de doações e de crianças atendidas aumentou, mas tem uma coisa que permanecerá até o fim da mesma maneira que começou: o amor em ser mais para o próximo.
“Eu fui criada em sítio e não sabia quem era o Papai Noel ou o que ele fazia, e hoje poder ser um Papai Noel, ter essa emoção de transmitir o amor e amar essas crianças como se cada um deles fosse meu, é maravilhoso”, finalizou.