Mães de alunos com deficiência reclamaram na Câmara Municipal de São Carlos (SP) da falta de professores de educação especial para os filhos. Há, ainda, a falta de profissionais de apoio nas escolas municipais da cidade.
Na Casa de Leis, o grupo de mães foi recebido pelo presidente Roselei Françoso (MDB) e vereadores. Os parlamentares ouviram a demanda e acompanharam os pais a uma reunião com a secretária Wanda Hoffmann (Educação) no auditório público do Paço Municipal.
Graciele Prata Albuquerque é mãe de aluno autista matriculado na rede municipal. Ela justifica a manifestação em razão da falta de “acompanhamento adequado” ao filho de cinco anos matriculado no Cemei “Carmelita Rocha Ramalho”.
“Faltam cuidadores, profissionais de apoio e, sobretudo, professores da educação especial. Precisamos de profissionais formados na área para que consigam dar o suporte aos nossos filhos, inclusive na questão da aprendizagem, interação social, atividades de vida diária de autocuidado”, relata.
A mãe afirmou que o filho dela, matriculado pelo segundo ano na rede municipal, nunca teve acompanhamento adequado na escola.
“E o que eu ouço das mães é que é sempre difícil [conseguir atenção especial]. Quando há tem que ter muita luta, persistência para conseguir alguma coisa, nunca é um atendimento adequado”, comenta.
Conforme Graciele, mesmo pais com mandado judicial “não têm conseguido que cumpra, principalmente no início dos anos letivos”.
A autônoma Dione Carolina Vitor Liani tem o filho Miguel, de 9 anos, matriculado na Emeb “Antônio Stella Moruzzi”, no Jardim São Rafael. O garoto tem diagnóstico há sete anos e os problemas com a falta de professores especiais vem de longe.
“Miguel não está frequentando a escola. (…) Tenho medida ganha na Justiça já fazem sete anos e nossos filhos estão ficando sem respaldo da educação especial. Quando é dado [o direito] não se tem o direito à exclusividade ou ter um profissional por sala”, reclama.
De acordo com a mãe, frequentemente a Prefeitura tem sobrecarregado professores os incumbindo de ministrar aulas a vários alunos com autismo.
“Prefiro não enviar [para a escola] porque pode acontecer de eu levar e não ter respaldo. Meu filho tem outras coisas nele, por exemplo, ele fica super sensorial. Então eu prefiro não mandar. Não confio”, comenta.
O presidente da Câmara afirmou que a Casa tem “gritado muito, esperneado” para garantir o direito à educação. “E não falo somente da educação especial, é educação física, professores especialistas em língua portuguesa, matemática, geografia”.
“O que a gente precisa é que a Prefeitura contrate [profissionais]. Não aplicou nem os 25% que deveria na Educação”, consta.
O que diz a Secretaria da Educação
A administração afirmou que “por ordem judicial é necessária a contratação de 17 professores para a educação especial”. “E para suprir a demanda das salas de recursos outros 16 profissionais”.
A Secretaria de Gestão de Pessoas já chamou 29 professores aprovados no último concurso público, “porém somente oito compareceram”.
“Neste momento a Prefeitura está abrindo um processo seletivo para atender todas as demandas da rede municipal de ensino”, finaliza.