A maternidade da Santa Casa de São Carlos (SP) está vivendo o drama da superlotação. Nesta quarta-feira (13), segundo a unidade, 31 pacientes estão internadas – o que corresponde a 120% de ocupação. Mesmo com possibilidade de aumentar o número de leitos, o problema é ainda mais complexo.
Segundo o vice-diretor técnico da maternidade, doutor Roberto Muniz Júnior, a situação é justificada pelo aumento populacional, aumento de demanda e estagnação do número de leitos.
“A população cresce, mas a disponibilidade de leitos não cresce, então gradativamente isso vai lotando os leitos e deixando pouca margem de segurança para momentos onde a procura na maternidade aumente da forma que a gente não consegue prever, então se a gente é responsável pela alta complexidade materno-infantil da região, muitas vezes o que a gente tem são varias emergências chegando juntas, o que obviamente causa um estresse e lotação no serviço”, explicou.
Além daqui, a maternidade também atende mais cinco cidades da região, e mesmo com a superlotação, não deixa as pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) desassistidas. Mesmo com fila de espera, todas passam por triagem e são atendidas.
“A fila, quando se forma, é em uma questão da complexidade e da gravidade. Aquelas que precisam de atendimento imediato vão ser atendidas imediatamente em detrimento daquelas que podem esperar um pouco o atendimento, então se a parturiente chega aqui e pode esperar, quando é um trabalho de parto difícil e vai receber medicação, vai passar na frente aquela gestante que corre risco de vida”, completou Muniz.
A medida que a lotação atual vai sendo resolvida, o tempo de espera vai diminuindo até que todas sejam atendidas. “Hoje não consigo dizer quanto tempo a pessoa vai esperar porque vai ser baseado na gravidade da situação”, completou o médico.
Expansão de leitos
Até pouco tempo, uma das redes particulares de saúde da cidade utilizavam a estrutura da Santa Casa, mas com a conclusão do segundo hospital, a operadora deixou de atender no espaço, deixando os leitos ‘vagos’.
A situação abre margem para questionamentos sobre a possibilidade da expansão de leitos, mas segundo o vice-diretor técnico da maternidade, não é tão simples assim.
“Não cabe à Santa Casa simplesmente aumentar leitos, a gente pode disponibilizar esse leito de forma particular e para os outros convênios que atendem a cidade, mas para entregar esse leito para o SUS, isso precisa vir de uma demanda da secretaria de saúde ou da diretoria regional de saúde, não é minha decisão”, explicou.