A Farmácia de Alto Custo de São Carlos (SP) mais uma vez é alvo de denúncias e reclamações da população. Desta vez, o que causa espanto é a falta de mais de 40 medicamentos distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A situação tem causado transtorno a quem precisa, como no caso do advogado aposentado Elomir Antonio, de 70 anos, que entra regularmente na Justiça para ter acesso ao medicamento que toma continuadamente.
“Eu tomo um medicamento importado, o Brasil infelizmente não tem laboratório que produz, e é de responsabilidade única do Estado porque minha doença é epidêmica, e nem assim consigo medicamentos com a pontualidade que necessito, como por exemplo, de 30 dias, às vezes tem e às vezes não tem, e eu sou obrigado desde 2005 a entrar na Justiça frequentemente para que eu possa conseguir o medicamento”, relatou.
Desta vez, com uma nova ordem judicial em mãos, ele espera conseguir ter acesso, já que mês passado não conseguiu o medicamento. “Estive no dia 5 de outubro e não consegui, e agora a juíza mandou que a prefeitura e o Estado me concedessem a medicação. Não é só comigo que acontece, vejo pessoas indo e vindo sem nada na mão porque não tem o medicamento”, completou Elomir.
O aposentado Divino Matias, de 72 anos, precisa do medicamento regularmente, mas não conseguiu encontrar mais uma vez. “Falaram para voltar no dia 19 e ligar antes para ver se chegou porque está em falta. É um medicamento de alto custo e não posso ficar sem, mas tenho que me virar porque não tenho condições de comprar esse remédio”, relatou.
Denúncia na política
A lista de medicamentos em falta foi divulgada em conjunto com a denúncia do vereador Elton Carvalho (Republicanos) nesta semana e conta com remédios utilizados por pacientes graves, tratamento de Parkinson, Alzheimer e transplantados.
Ele lamentou o caso e apontou também o problema na falta de insulina. “Precisamos chamar a DRS para conversar, se for necessário vamos até o Governador ou até mesmo mobilizar forças em Brasília para que as pessoas recebam um tratamento digno e humanizado”, disse o parlamentar.
O portal ACidade ON questionou em esfera estadual e federal sobre a lista citada, o atraso na entrega dos remédios e a previsão de distribuição e regularização da situação. (Veja a lista clicando aqui)
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que 73% dos medicamentos citados “são de responsabilidade de aquisição e distribuição pelo Ministério da Saúde ou dependem de recurso federal para a compra” e que segue cobrando o Governo Federal por providências para regularização dos medicamentos.
“Os onze medicamentos de responsabilidade do Departamento Regional de Saúde de Araraquara estão em processo de aquisição e foi cobrada celeridade dos fornecedores. Os pacientes serão avisados, tão logo haja disponibilidade dos remédios”, diz a nota.
Já o Ministério da Saúde, também em nota, informou que “parte dos medicamentos de aquisição sob responsabilidade da pasta já foi entregue” e que “o restante do quantitativo do trimestre vigente está sendo distribuído no decorrer deste mês”.