Em meio às noites geladas de inverno dos últimos dias, moradores em situação de rua encontram acolhimento, alimentação e um lugar quente no salão da Paróquia São João Batista, no Santa Felícia.
Nos últimos dias, em que a temperatura fica abaixo dos 10°C, mais de 50 pessoas diariamente procuram o atendimento no local. Para manter o distanciamento e maior conforto, até o próprio templo é usado para a pernoite.
Para manter o serviço ativo, o padre João Victor Bulle conta com uma rede de voluntários e apoio da Guarda Civil Municipal, que informa a localização dos moradores em situação de rua, e a Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social.
“Unindo todo esse trabalho, essas equipes, nós conseguimos fazer o trabalho de acolhimento. Então eles chegam e encontram um lugar para descansar, um colchão para dormir, um cobertor. Aqui eles podem tomar um banho, ganhar uma roupa limpa, itens de higiene pessoal e alimentação em um ambiente familiar e limpo.
No acolhimento de quarta-feira (28), segundo dia da Operação Frente Fria, o clima entre os atendidos na paróquia era de satisfação. O salão fica aberto 24 horas, mas o movimento é maior quando a noite chega, junto com o frio. Após o banho e a oração em agradecimento, o jantar é servido. Na fila, todos aguardavam a sopa de frango com legumes, o prato do dia.
“Ficamos contentes de perceber que a cada acolhimento, aumenta o número de voluntários. E uma das coisas que mais nos movem é perceber o quanto a sociedade são-carlense se sensibiliza com essa realidade”, comenta o pároco.
Para manter o trabalho ativo, o padre pede a colaboração dos são-carlenses. Seja através de doações de alimentos ou roupas principalmente as masculinas -, mas também fazendo uma “abordagem prévia” de moradores em situação de rua. Há a possibilidade de informar a situação à Guarda Civil, pelo número 153, que repassa a informação à rede de apoio.
Moradores interessados em ajudar com doação de alimentos e/ou cobertores podem entrar em contato com a paróquia pelo telefone (16) 3376-2586, onde também é possível informar a localidade de pessoas que precisam de abrigo.
Voluntariado
Segundo o padre João Victor, parte fundamental do acolhimento é o voluntariado. A “mão de obra” é a mais diversificada, desde quem teve vivência nas ruas por conta do vício até a grupo de pessoas que se reuniram para colaborar na questão.
Entre elas está Graziele Serroni Sinatura, do Varal do Bem, grupo formado durante a pandemia. Ela ajuda no que precisa, desde a cozinha, colaborando em servir os acolhidos, até na abordagem nas ruas.
“Eu acho que temos que ajudar o próximo. Temos muitas coisas boas. E é maneira que tenho como retribuir ao próximo, como o irmão de rua. Ajudando as pessoas que precisam”, conta.
Onde tem acolhimento
Além da Paróquia São João Batista, o acolhimento em São Carlos é realizado na Casa de Passagem (antigo Albergue Noturno). Há também serviços de pernoite disponíveis nos municípios da região.