Em pouco mais de dois anos, São Carlos teve um aumento de 17,8% no número de pessoas que vivem em situação de rua. Neste ano são 290 moradores, sendo que quase metade deles se declarou preto ou pardo. Os dados foram apresentados nesta sexta-feira (27), pela Secretaria de Cidadania e Assistência Social (SMCAS).
O estudo identificou que 247 moradores são do sexo masculino, 39 são do sexo feminino e 4 se declararam mulheres trans. Além disso, 136 se declararam pardos ou pretos, 102 se declararam brancos e 52 não declararam raça.
Em relação à faixa etária, 80 pessoas estão na faixa de 30 a 39 anos, 76 estão entre 40 e 49 anos, 51 são de 50 a 59 anos e outras 51 estão entre 18 e 29 anos. Outras 15 pessoas têm acima de 60 anos e 17 não revelaram a idade.
O estudo também identificou a idade, sexo e em quais serviços as pessoas foram atendidas. Confira outras informações abaixo:
– 157 são do Estado de São Paulo;
– 63 nasceram em São Carlos;
– 128 estão inscritas no CadÚnico;
– 257 já tinham prontuário no Centro Pop;
– 198 foram atendidas no Centro entre janeiro e abril;
– 84 foram atendidas pelo SEAS (Serviço Especializado de Abordagem Social) entre janeiro e abril;
– 25 pessoas foram acolhidas na Casa de Nazaré em abril;
– 75 pernoitaram na Casa de Passagem em abril deste ano.
Indicadores passados
A equipe também apresentou os dados do Relatório Final do I Censo da População, realizado em 2019 pela SMCAS, com apoio do Laboratório Atividades Humanas e Terapia Ocupacional (AHTO/UFSCar), do Centro de Ciências Matemáticas aplicadas a Indústria (CEMEaI/USP São Carlos) e da sociedade civil organizada.
O I Censo POP Rua identificou 246 pessoas em situação de rua em 2019, a maioria homens, com perfil jovem (30-40 anos), pardos/pretos, com baixa escolaridade e diferentes motivos da ida para rua, com destaque para o uso de substâncias psicoativas, desemprego e conflitos familiares.
O levantamento também forneceu muitos indicadores de atuação conjunta entre diferentes setores, como saúde, trabalho, emprego e renda, educação e segurança pública. Este estudo mostrou também que muitos queriam retomar os estudos para conseguir trabalho.
“O I Censo 2019 mostrou a importância de uma política pública envolvendo diversas secretarias. Em 2022, temos a intenção de monitorar mensalmente estes dados e também realizar um novo Censo, de modo a comparar os dados encontrados em nossas bases e complementar a informação criando uma nova base de informações capazes de subsidiar políticas públicas, contribuindo para o planejamento estratégico, o aprimoramento dos serviços e a garantia de proteção social”, explicou Vanessa Soriano, secretária da pasta.
Tipos de atendimento
O Centro POP, localizado na rua São Joaquim, 818, realiza o acolhimento, atendimento e acompanhamento da população em situação de rua, por equipe interdisciplinar, voltados ao fortalecimento das redes sociais de suporte, autonomia, participação, inclusão social e a convivência comunitária e familiar das pessoas em situação de rua.
No Centro POP, as pessoas em situação de rua têm acesso à higiene, lavagem de roupas, guarda de pertences, acesso à documentação civil e encaminhamentos às diferentes políticas públicas, como segurança alimentar, saúde, trabalho e educação. A unidade funciona como ponto de apoio para pessoas que estão nas ruas. O horário de funcionamento é de segunda à sexta, das 8h às 17h. O telefone de contato é o 3307- 4795.
Já a Casa de Passagem (Albergue) fica na Rua Rotary Clube, 101, na Vila Marina. O telefone de contato é o 3361-1267.