Com a chegada da frente fria que atinge São Carlos (SP) pelos próximos três dias, a preocupação com o ato de tentar evitar a friagem e a chuva aparece. No entanto, o cuidado deve ser redobrado com animais de estimação, que também sofrem com a mudança de tempo.
Temperaturas baixas, chão gelado e correntes fortes de ventos frios. Assim como os humanos, os pets também estão sujeitos a complicações na saúde em decorrência da mudança de tempo.
De acordo com o médico veterinário Bruno Tassim, os animais com problemas crônicos ortopédicos e cardíacos, por exemplo, podem sofrer mais caso não sejam bem cuidados neste período, mas não são os únicos que necessitam de atenção especial.
“A dica é sempre mantê-los em ambientes aquecidos, e lógico que a vacinação tem um papel importantíssimo na prevenção de doenças respiratórias, que neste frio é mais comum de acometer cães e gatos, como a traqueobronquite infecciosa canina e rinotraqueíte viral felina”, disse.
Alguns sinais apresentados pelos animais podem ser característicos de quem precisa se esquentar. “Os sinais mais aparentes são os tremores, encolhimento, o levantar das patas repetidamente do chão, não querendo deixar os quatro apoios no chão por conta da friagem que está no piso”, comentou.
O mercado pet já permite que os animais sejam aquecidos de diversas formas, entre elas roupinhas, acessórios e aquecedores específicos para cada ambiente. Porém, o uso desses materiais também precisa de atenção.
“Uso de roupinhas podem amenizar a sensação de frio, desde que não restrinja nenhum movimento do animal e desde que ela não seja mantida molhada. Momentos sem a roupa de frio também são importantes para ventilação da pele, manter o animal direto com a roupa causa um abafamento daquele pelo e pele, podendo expor a outros problemas dermatológicos”, explicou Tassim.
Os gatos, como salienta o veterinário, não ficam confortáveis em usar roupas, então o indicado é que o dono busque outra forma de aquecê-los, tais como o uso de camas que isolem o piso gelado e fiquem fora de correntes de ar e da chuva.
Cuidados do cotidiano
A rotina do pet também exige mudanças durante o inverno. O banho, por exemplo, deve ser evitado na ausência de dias ensolarados, mas caso seja necessário, é recomendada a lavagem com água morna e uma boa secagem – com cuidado para não queimar a pele do animal.
“Na parte alimentar, os animais que ficam dentro de casa normalmente não precisam de mudanças porque se exercitam um pouco menos e podem engordar tendo o acréscimo da quantidade habitual de ração. Os exercícios, como passear com o cachorro, estão liberados nos horários de menos frio. Os animais que ficam em ambiente externo normalmente já se exercitam mais, então caso seja recomendado pelo médico veterinário que acompanha o animal, pode haver o acréscimo de uma pequena porcentagem a mais de ração. A água deve ser mantida sempre à disposição”, ressaltou.
Outras espécies
Porém, nem só de cães e gatos vive o homem. Muitas pessoas adotam outras espécies como animal de estimação, mas o cuidado não diminui – pelo contrário, é ainda mais específico.
“As aves, que também merecem cuidado nesse período, cobrir bem as gaiolas, retirar da corrente de ar. Coelhos se protegem em tocas abaixo da terra, porém tem muita gente que tem coelho em gaiola, então muito cuidado para proteger da friagem que vem do chão e da corrente de vento. Os peixes também podem sofrer mais no frio, é preciso manter em temperatura ideal. Os répteis também são animais de clima mais quente, e nesse período frio ficam bem mais quietos, não se alimentam”, contou o veterinário.
E o mais importante é que a pessoa conheça bem o animal de estimação que tem dentro de casa e que faça acompanhamento com veterinário para descobrir os cuidados específicos que cada um necessita.