Organizações estudantis da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) se reunirão, nesta quinta-feira (8), para discutir os cortes e bloqueios impostos à universidade em 2022 e a ausência de repasse de verbas pelo Governo Federal para o pagamento das despesas referentes ao mês de dezembro.
O debate, que é organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), será realizado a partir das 17h30, no ginásio esportivo da universidade.
A assembleia está sendo convocada em todos os quatro campi da universidade, como uma forma de movimentação unificada sobre os riscos de paralisação das atividades devido à falta de verbas.
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O comunicado sobre a convocação da assembleia informa que o debate deve definir as medidas que serão tomadas pela universidade e pelos estudantes, pois se os bloqueios não forem revertidos, a universidade não terá verba suficiente para pagar bolsas estudantis aos alunos de graduação e outros benefícios que integram os programas de assistência e permanência estudantil .
Paralisação
Na manhã desta quarta-feira (7), estudantes de diversos cursos da UFSCar se uniram em um ato contra a ausência de repasse de verbas para a universidade em dezembro, o que inviabiliza o pagamento de várias despesas da instituição.
“O Governo não se posicionou e não deu uma posição sobre o que será feito com esse dinheiro. Além dos cortes que vêm acontecendo há muitos meses, esse corte final acabou com todo o orçamento da universidade. O pior foi que a universidade tem a verba garantida, mas não recebeu efetivamente esse dinheiro para pagar bolsas estudantis. Então, a gente acordou desesperado, um belo dia, sem dinheiro na nossa conta para pagar despesas básicas, como comida, conta de luz e aluguel”, afirmou o estudante do curso de filosofia da UFSCar, Mateus Amaral.
A concentração da mobilização foi realizada na Praça da Bandeira, em São Carlos, e a paralisação foi organizada pelos próprios estudantes, marcando o início de uma luta para tentar reverter os congelamentos de verbas e impedir que a universidade suspenda suas atividades, deixando os alunos sem aulas.
Segundo os estudantes, as paralisações ocorrerão dentro da faculdade e pelas ruas de São Carlos até que os bloqueios sejam revogados pelo Governo Federal ou até que haja um posicionamento da União em relação à previsão do repasse de verbas de direito da universidade.
“A gente já recebe R$ 320 e tem que se virar para fazer tudo com esse dinheiro, tendo que muitas vezes morar com mais 10 pessoas para baratear os custos. A gente já sofre com o descaso de o valor da bolsa ser pouco e agora a gente realmente ficou sem dinheiro pra nada, porque faltou verba”, disse o estudante.
A mobilização estudantil afirma que a falta de verbas da UFSCar não é um problema que afeta somente a comunidade acadêmica, mas sim diversas camadas da população são-carlense, pois, sem dinheiro, a instituição deixa de cumprir contratos com empresas terceirizadas, que ficam sem recursos para pagar seus funcionários, além da inviabilidade de pagamento dos salários dos colaboradores contratados diretamente pela universidade.
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