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CotidianoPara socióloga, Consciência Negra exige reconhecimento e desconstrução do racismo

Para socióloga, Consciência Negra exige reconhecimento e desconstrução do racismo

Alessandra Laurindo avalia que a data, celebrada neste 20 de novembro, deve ser um exercício de reflexão e empatia

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POR ROBERTO SCHIAVON

O Dia da Consciência Negra marca a celebração e a memória das lutas das pessoas negras contra a opressão no Brasil. Mas, o que é necessário para haver menos discriminação racial?

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“Muitos dizem não ser racistas, mas não têm um funcionário negro. Nas relações sociais, sempre estão rodeados por pessoas brancas e, assim, fortalecem o racismo estrutural. Para uma sociedade mais equânime, é necessário também se reconhecer enquanto racista e depois se desconstruir”, avalia a socióloga Alessandra Laurindo.

Respeito e valorização

Para ela, Consciência Negra significa respeito, reconhecimento e valorização de toda a contribuição da população negra para o país. “Essas atitudes precisam ser exercidas nos 365 dias do ano e não só no dia 20 de novembro”, diz.

Alessandra lembra que a data é uma construção do movimento negro, iniciada na década de 70 com o grupo Palmares, composto por negros do Sul, em contraponto ao Dia 13 de Maio, onde a “heroína” reverenciada era a Princesa Isabel, por ter assinado uma pseudoabolição.

“Não é apenas mais um feriado. Nos seis estados e mais de 1.400 cidades onde foi decretado feriado, acontecerão manifestações antirracistas, para provocar a reflexão e o despertar para a conscientização racial”, acrescenta.

Feridas abertas
Segundo a socióloga, para haver menos discriminação racial, é preciso ainda ouvir o que as pessoas negras sentem antes de classificar suas falas como “mimimi”.
“Só quem foi discriminado pela cor da pele sabe a intensidade da exclusão”, lembra Alessandra.
Ela aponta também para a necessidade de se colocar no lugar do outro, entender o privilégio branco e respeitar as feridas abertas pelo racismo.

“Estamos num momento tão absurdo e arbitrário que algumas pessoas se preocupam mais em ter visibilidade nas redes sociais do que empatia com o próximo. Com isso, as atitudes racistas vão tomando novas formas, porém, continuam adoecendo e matando as vítimas”, conclui a socióloga.

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